Ditadura, memória e literatura no Paraguai: Asunción Bajo Toque de Siesta (2007) e a crítica do testemunho

Autores

  • Paulo Renato da Silva Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2018.2.28061

Palavras-chave:

Paraguai, ditadura militar, literatura, testemunho, memória.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar as representações da ditadura de Alfredo Stroessner e de seus opositores no romance paraguaio Asunción Bajo Toque de Siesta (2007), de Hermes Giménez Espinoza. Consideramos que essas representações configuram uma crítica a testemunhos sobre a ditadura ao assinalarem um “esvaziamento” do espaço público e uma descrença na política partidária e institucional enquanto instrumentos transformadores da sociedade. No romance, a desilusão com a política partidária e institucional desencadeia processos de reelaboração da memória não apenas do período stronista, mas de toda a história paraguaia. A partir da história paraguaia e da literatura do país, apontamos possíveis explicações sobre esses processos de reelaboração e as suas implicações político-identitárias.

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Biografia do Autor

Paulo Renato da Silva, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Doutor em História pela Universidade Estadual de Campinas (2009), professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Porto Nacional, entre 2008 e 2010, e professor da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) desde 2010.

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Publicado

2018-08-20

Como Citar

Silva, P. R. da. (2018). Ditadura, memória e literatura no Paraguai: Asunción Bajo Toque de Siesta (2007) e a crítica do testemunho. Estudos Ibero-Americanos, 44(2), 326–339. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2018.2.28061