Brasil e Uruguai: uma dívida que virou ponte

Autores

  • Everton Coelho de Matos

Palavras-chave:

Ponte Internacional Barão de Mauá – Relações Brasil/Uruguai – Conjuntura1918-1930.

Resumo

Esse projeto de pesquisa tem como foco principal a Ponte Internacional Barão de Mauá, construída entre os anos de 1927 a 1930, resultado de um acordo assinado em 1918 entre Brasil e Uruguai, onde se estabeleceu a liquidação de uma dívida que o país platino possuía com o nosso país e seria resgatada com a construção dessa ponte. Esta, por sua vez, recebeu este nome devido à influência de Irineu Evangelista de Souza, por sua participação como intermediário e financiador do empréstimo realizado ao Uruguai, quando da crise política platina que acabou com a deposição de Rosas, em 1851. Portanto, o presente trabalho se aterá em analisar a conjuntura da política externa entre Brasil e Uruguai, referente ao processo de construção da Ponte Internacional Barão de Mauá, como a forma encontrada para que o país platino pagasse essa dívida para com nosso país. Esse estudo torna-se relevante, pois a ponte uniu duas cidades fronteiriças, integrando Brasil e Uruguai, aprofundando laços de amizade, suscitando o desenvolvimento das relações sociais e econômicas, contribuindo para a aproximação comercial através da integração de suas redes ferroviárias. Para atingir os objetivos propostos, a metodologia empregada foi através da utilização de fontes bibliográficas e primárias como documentos oficiais (Itamaraty) e jornais. Desta forma, confrontamos todas as informações adquiridas, realizando assim uma análise mais crítica do processo de construção da Ponte, inserindo-a dentro do contexto mais amplo das relações internacionais entre o Brasil com o Uruguai, em busca das respostas às questões levantadas. No desenvolver dessa pesquisa, nota-se que foi a partir do Tratado de 22 de julho de 1918, firmado entre Brasil e Uruguai, que começaram as negociações diplomáticas, para se chegar a uma definição sobre o resgate da dívida através da construção da ponte. A partir deste ponto, foi criada uma Comissão Mista, formada por integrantes de ambos os países, mas esta não chegou a um consenso. O Uruguai, seguindo o Artigo 9° do Tratado de 1918, assumiu a incumbência para realizar as licitações e as obras, sendo nomeado o engenheiro uruguaio Quinto Bonami, para executá-las. As obras para a construção da ponte, iniciaram no ano de 1927, sendo contratada a empresa gaúcha E. KEMNITZ & CIA. Por sua vez, a Ponte Internacional Barão de Mauá, levou cerca de três anos para ser construída, sendo empregados mais de 6000 trabalhadores, de várias nacionalidades: aproximadamente 2815 brasileiros, 2001 uruguaios, 607 portugueses, 430 alemães. Os demais operários eram espanhóis, dinamarqueses, italianos, suíços, suecos, entre outros. Notamos também que um dos fatores de maior importância para a construção da Ponte Internacional Barão de Mauá, está relacionado aos fatores econômicos e a uma estratégia geopolítica. O Brasil precisava manter sua influência na região platina, particularmente no Uruguai e, com a construção da ponte, ligando os dois países, possibilitou um maior fluxo das relações comerciais, ao mesmo tempo em que a união entre as cidades fronteiriças de Jaguarão e Rio Branco, seria o caminho mais rápido e próximo, até então, entre a capital gaúcha, Porto Alegre, e Montevidéu, no Uruguai. Palavras-Chave: Ponte Internacional Barão de Mauá – Relações Brasil/Uruguai – Conjuntura1918-1930.

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Publicado

2008-09-18

Como Citar

Matos, E. C. de. (2008). Brasil e Uruguai: uma dívida que virou ponte. Revista Da Graduação, 1(2). Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/view/4134

Edição

Seção

Ciências Humanas