Avaliação pré-operatória das características radiculares de terceiros molares: Correlação entre características clínicas e radiográficas

Autores

  • Heloisa Har da Silva Machado Federal University of Pelotas Dental School
  • Cristina Braga Xavier Federal University of Pelotas Dental School
  • Melissa Feres Damian Hospital São Lucas, PUCRS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6523.2015.4.14162

Palavras-chave:

Radiografia, dentária, Molar, terceiro, Dentes impactados, Cirurgia, oral

Resumo

Objetivo: Neste estudo, radiografias panorâmicas e periapicais foram comparadas ao exame clínico (após extração, padrão ouro) para avaliar sua precisão em identificar o número de raízes, a morfologia radicular e a presença de dilaceração em terceiros molares impactados.
Métodos: No total, 98 terceiros molares foram extraídos (50 superiores e 48 inferiores). Três cirurgiões e um radiologista foram calibrados para analisar as características radiculares antes (radiografia) e após as extrações. A concordância entre as características clínicas e radiográficas foi analisada pelo teste de kappa ponderado (κ). Já a correlação dados radiográficos e clínicos foi avaliada usando o teste de correlação de Spearman. Um nível de significância de 5% foi utilizado nas análises. Resultados: Dentes superiores com uma raiz/raízes fusionadas, e inferiores com duas raízes predominaram na amostra. Concordância e correlação altas para número de raízes e morfologia radicular foi observada para radiografia periapical (κ=0.258–0.612; R2=0.463–0.612; P<0.001) comparada com a panorâmica (κ=0.164–0.365; R2=0.175–0.417; P<0.01), e para dentes inferiores comparados aos superiores. Para dentes inferiores, raízes convergentes/paralelas foram predominantes na avaliação clínica, enquanto raízes divergentes foram predominantes nos exames por imagem. Para dilaceração, foi observada pobre concordância (κ=0.199–0.273) e baixa correlação (R2=0.185–0.306) para qualquer um dos exames radiográficos.
Conclusão: A precisão dos exames radiográficos em identificar as características radiculares de terceiros molares impactados foi geralmente baixa. Comparada ao exame panorâmico, a radiografia periapical teve melhor concordância e maior correlação com os achados clínicos para todas as características radiculares.

Biografia do Autor

Heloisa Har da Silva Machado, Federal University of Pelotas Dental School

Post Graduate Student, Buco-Maxillo-Facial Surgery Department, University Hospital “São Lucas” of PUCRS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil

Cristina Braga Xavier, Federal University of Pelotas Dental School

PhD, Associate Professor, Buco-Maxillo-Facial Surgery and Traumatology Department, Federal University of Pelotas Dental School, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil

Melissa Feres Damian, Hospital São Lucas, PUCRS

Professora Adjunta, na área de Radiologia e Imaginologia Bucomaxilofacial, do Departamento de Semiologia e Clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas

Referências

Hashemipour MA, Tahmasbi-Arashlow M, Fahimi-Hanzai F. Incidence of impacted mandibiular and maxillary third molars: a radiographic study in a Southeast Iran population. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2013 Jan; 18(1):e140-5.

Kim TW, Artun J, Behbehani F, Artese F. Prevalence of third molar impaction in orthodontic patients treated non extraction and with extraction of 4 premolars. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Feb;123(2):138-45.

Sandhu S, Kaur T. Radiographic study of the positional changes and eruption of impacted third molars in young adults of an Asian Indian population. J Oral Maxillofac Surg. 2008 Aug;66(8):1617-24.

Pell GJ, Gregory GT. Report on a ten-year study of a tooth division technique for the removal of impacted teeth. Am J Orthod Oral Surg. 1942 Nov; 28(11):B660-6.

Westesson PL, Carlsson LE. Anatomy of mandibular third molars. A comparison between radiographic appearance and clinical observations. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1980 Jan;49(1):90-4.

Grau-Manclus V, Gargallo-Albiol J, Almendros-Marques N, Gay-Escoda C. Mandibular fractures related to the surgical extraction of impacted lower third molars: a report of 11 cases. J Oral Maxillofac Surg. 2011 May;69(5):1286-90.

Atieh MA. Diagnostic accuracy of panoramic radiography in determining relationship between inferior alveolar nerve and mandibular third molar. J Oral Maxillofac Surg. 2010 Jan;68(1):74-82.

Bell GW, Rodgers JM, Grime RJ, Edwards KL, Hahn MR, Dorman ML, et al. The accuracy of dental panoramic tomographs in determining the root morphology of mandibular third molar teeth before surgery. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003 Jan;95(1):119-25.

Ríos-Santos JV, Ridao-Sacie C, Bullón P, Fernández-Palacín A, Segura- Egea JJ. Periapical status: a comparative study using film-based periapical radiographs and digital panoramic images. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010 Nov 1;15(6):e952-6.

Chandler LP, Laskin DM. Accuracy of radiographs in classification of impacted third molar teeth. J Oral Maxillofac Surg. 1988 Aug;46(8):656-60.

Akadiri OA, Obiechina AE, Arotiba JT, Fasola AO. Relative impact of patient characteristics and radiographic variables on the difficulty of removing impacted mandibular third molars. J Contemp Dent Pract. 2008 May 1;9(4):51-8.

Chen SK, Huang GF, Cheng SJ. The relationship between radiologic interpretation and root tip fracture during tooth extraction performed by junior clinicians. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2001 Oct;92(4):470-2.

Pawelzik J, Cohnen M, Willers R, Becker J. A comparison of conventional panoramic radiographs with volumetric computed tomography images in the preoperative assessment of impacted mandibular third molars. J Oral Maxillofac Surg. 2002 Sept;60(9):979-84.

Downloads

Publicado

2016-01-15

Edição

v. 30 n. 4 (2015)

Seção

Artigo Original

Licença

DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Odonto Ciência implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Odonto Ciência como o meio da publicação original.

LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Odonto Ciência o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.

Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.

Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Odonto Ciência apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.

Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.

Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.