O protagonismo do Estado ampliado (capitalista-neoextrativista minerário)

incursões pela sociedade civil e pela (des)regulamentação em Minas Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1677-9509.2024.1.45142

Palavras-chave:

neoextrativismo;, Estado, sociedade civil, minas gerais, Gramsci

Resumo

Este artigo ocupa-se de um debate sobre o neoextrativismo minerário em Minas Gerais, a partir de dois aspectos: o primeiro relaciona-se ao Estado e sua relação com o capital minerário e o direcionamento de (des)regulações recentes em benefício das mineradoras; o segundo relaciona-se as empresas minerárias e sua inserção nas sociedades civis no plano local, tendo como caso a AngloGold Ashanti. As atividades de responsabilidade social ou de investimento social privado nos territórios minerados são aqui entendidas como ampliação de sua hegemonia e de (re)organização de interesses e apaziguamento de resistências. Para tanto, o artigo se sustenta nos conceitos de hegemonia e Estado ampliado de Antonio Gramsci, no uso de uma pesquisa documental e de marcos legais, sem deixar de localizar o neoextrativismo no contexto do Estado brasileiro.

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Biografia do Autor

Renato Barbosa Fontes, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Assistente Social. Mestre e Doutor em Ciências Sociais pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais/ PUC Minas. Pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos e Metropolitanos da Escola de Arquitetura da UFMG e do Núcleo RMBH do INCT Observatório das Metrópoles. 

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Publicado

2024-07-23

Como Citar

Barbosa Fontes, R. (2024). O protagonismo do Estado ampliado (capitalista-neoextrativista minerário): incursões pela sociedade civil e pela (des)regulamentação em Minas Gerais. Textos & Contextos (Porto Alegre), 23(1), e45142. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2024.1.45142

Edição

Seção

Artigos e Ensaios