A estratégia hegemônica de enfrentamento da pobreza no Brasil redemocratizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1677-9509.2019.2.34304

Palavras-chave:

Formação Social. Pobreza. Política Social.

Resumo

Esse artigo aborda a formação social do Brasil após a Constituição Federal de 1988, em particular, os dois governos de Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), a fim de analisar a estratégia hegemônica de enfrentamento da pobreza nas décadas de 1990 e 2000 no país. Esse percurso permite apontar para um alinhamento nacional ao processo de internacionalização do combate à pobreza, que promove a naturalização e gestão da barbárie, visto que lavra, por um lado, a aceitação da condição de pobreza e, por outro, a não compreensão das relações que a originam.

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Biografia do Autor

Raquel Mota Mascarenhas, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo. Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Espírito Santo. Docente do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Publicado

2019-12-31

Como Citar

Mascarenhas, R. M. (2019). A estratégia hegemônica de enfrentamento da pobreza no Brasil redemocratizado. Textos & Contextos (Porto Alegre), 18(2), e34304. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2019.2.34304

Edição

Seção

Seguridade, Acolhimento e Pobreza