O circuito familista na política de assistência social / Familist circuit on Social Assistance Policy

Autores/as

  • Wederson Rufino dos Santos Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB)

DOI:

https://doi.org/10.15448/1677-9509.2017.2.24250

Palabras clave:

Assistência social. Familismo. Políticas sociais. Famílias. Seguridade social. Dispositivo.

Resumen

Analisa-se a configuração contemporânea da Política de Assistência Social ao investigar como o Estado e as famílias compartilham responsabilidades de provisão das necessidades básicas dos indivíduos e de combate às privações, vulnerabilidades e riscos sociais. Por meio do método genealógico, faz-se uma análise documental das leis, decretos e demais regulamentos da Política de Assistência Social para elaborar subsídios para a discussão. Argumenta-se que a assistência alçou à condição de Política de Seguridade Social a partir de 1988, por meio da estruturação de um circuito familista complexo, cujas responsabilidades de combater as privações, vulnerabilidades e riscos sociais dos cidadãos estão compartilhadas entre Estado e famílias, ou, ainda, são transferidas legalmente às famílias ou assumidas integralmente por elas quando há omissão do Estado.

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Biografía del autor/a

Wederson Rufino dos Santos, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB)

Assistente social graduado pela Universidade de Brasília (2007). Mestre em Política Social (2009) e doutor em Sociologia também pela UnB (2014). Assistente Social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Foi Coordenador-Geral de Promoção dos Direitos as Pessoas com Deficiência da Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Ministério da Justiça e Cidadania entre julho de 2015 e setembro de 2017.

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Publicado

2017-12-29

Cómo citar

Santos, W. R. dos. (2017). O circuito familista na política de assistência social / Familist circuit on Social Assistance Policy. Textos & Contextos (Porto Alegre), 16(2), 388–402. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2017.2.24250

Número

Sección

Proteção Social e Direitos Sociais