Diversidade, variabilidade e freqüência em fonologia: o caso da epêntese vocálica

Autores

  • Erika Maria Parlato-Oliveira

Resumo

O objetivo deste trabalho é investigar a variabilidade das características lingüísticas a partir de um estudo interlingüístico de observação do fenômeno de epêntese perceptual. Realizamos duas experiências, uma de identificação de vogais e outra de discriminação, a partir de logatomas, com falantes monolíngües de Língua Portuguesa Brasileira (PB), de Língua Portuguesa Européia (PE) e de Língua Japonesa (JP). Participaram da pesquisa quinze falantes de PB, 18 de PE e 28 de JP. Os estímulos utilizados consistiam em logatomas que continham contínuos de ‘i’ e de ‘u’. Os falantes de PB e de JP apresentaram epêntese perceptual (com a vogal ‘i’ e ‘u’, respectivamente), enquanto que os locutores de PE não apresentaram este fenômeno. O fato dos falantes de PB apresentarem epêntese como os falantes de JP sugere que este efeito não provém de propriedades do sistema de escritura. O fato dos falantes de PE não apresentarem epêntese revela que o fator determinante é o ritmo da língua. Os resultados das duas experiências confirmam a noção de que a epêntese perceptual é um fenômeno proveniente das primeiras regularidades perceptuais adquiridas e não um efeito tardio da análise das propriedades ortográficas, lexicais ou gramaticais da língua. Outros aspectos dos nossos resultados são congruentes com a interpretação da epêntese como um efeito precoce, fonético, em oposição a um efeito tardio, gramatical, considerando a escolha particular, influenciada pela coarticulação, da vogal epentética em cada uma das duas línguas. Palavras-chave – diversidade fonológica; epêntese perceptual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Como Citar

Parlato-Oliveira, E. M. (2008). Diversidade, variabilidade e freqüência em fonologia: o caso da epêntese vocálica. Letras De Hoje, 42(3). Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/2797

Edição

Seção

Artigos