Sífilis congênita: prevalência e fatores associados em hospitais universitários de Pelotas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2019.3.33415

Palavras-chave:

sífilis congênita, cuidado pré-natal, epidemiologia.

Resumo

Objetivo: Avaliar a prevalência de sífilis congênita e os fatores associados à doença em neonatos de dois hospitais universitários da cidade de Pelotas, RS.
Materiais e Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, cujos casos de sífilis congênita foram identificados por meio das notificações compulsórias de cada hospital no período entre janeiro de 2016 a dezembro de 2017. As características dos neonatos com a doença foram comparadas àquelas dos nascidos vivos em Pelotas durante o período do estudo nestes hospitais.
Resultados: A prevalência de sífilis congênita foi de 2,4% e a probabilidade de investigação foi maior nos filhos de gestantes mais jovens, de cor não branca e com menor escolaridade. Os neonatos investigados tiveram uma probabilidade 40% maior de nascerem com baixo peso.
Conclusão: A prevalência de sífilis congênita continua elevada e o principal impacto sobre a saúde do neonato foi o aumento da probabilidade de baixo peso ao nascer.

Biografia do Autor

Carolina Damé Osório Lopes, Departamento de Pediatria da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Pelotas, RS

Médica. Mestre em Saúde da Mulher, Criança e Adolescente pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Professora Adjunta do Departamento de Pediatria da UCPel.

Elaine Pinto Albernaz, Departamento Materno-Infantil da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas, RS

Médica. Doutora em Epidemiologia e Professora Titular do Programa de Pós- Graduação em Saúde da Mulher, Criança e Adolescente da UCPel. Professora Adjunta do Departamento Materno-Infantil da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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Publicado

2019-12-06

Edição

Seção

Artigos Originais