Inflamação e associação com parâmetros clínicos e nutricionais de pacientes em hemodiálise
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-652X.2017.2.24244Palavras-chave:
avaliação nutricional, diálise renal, inflamação.Resumo
Introdução: Recentemente vem sendo destacado o papel da inflamação em pacientes renais crônicos em hemodiálise e sua possível relação com estado clínico e nutricional.Objetivo: Avaliar a associação entre inflamação e parâmetros clínicos e nutricionais de pacientes em hemodiálise.
Materiais e Métodos: Estudo transversal. Foram coletados dados demográficos, clínicos e nutricionais: idade; Kt/V; níveis séricos de creatinina e vitamina D; índice de massa corporal (IMC); circunferências da cintura (CC), quadril (CQ) e muscular do braço (CMB); prega cutânea tricipital (PCT); diâmetro abdominal sagital (DAS) e força de preensão manual (FPM). Para avaliação do estado inflamatório utilizou-se o Malnutrition Inflammation Score (MIS). Para comparação entre as médias das variáveis clínicas e nutricionais com MIS foi realizado o teste t de Student pareado.
Resultados: Dos 73 pacientes avaliados, 54,2% era do sexo masculino, com média de idade de 44,5±15,4 anos. 81,9% tinham menos de 60 anos, eram negros/pardos (95,8%), com menos de 9 anos de estudo (70,4%). Observou-se grande variação na classificação de desnutrição (11,1 a 66,7%), prevalência de inflamação (57,7%), baixo risco cardiovascular (60,6%) pela CC; 52,9% pela RCQ, sem excesso de gordura visceral (84,7% - DAS). Níveis séricos adequados de creatinina e vitaminas D (69,4 e 83,8%, respectivamente) foram encontrados. Foi observada associação do estado inflamatório com idade, creatinina, vitamina D e FPM (p<0,05).
Conclusão: Foi observada associação significativa do MIS com idade, creatinina, vitamina D e força muscular.
Referências
Rambod M, Bross R, Zitterkoph J, Benner D, Pithia J, Colman S, Kovesdy CP, Kopple JD, Kalantar-Zadeh K. Association of MalnutritionInflammation Score with quality of life and mortality in hemodialysis patients: a 5-year prospective cohort study. Am J Kidney Dis. 2009;53(2):298-309. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2008.09.018
Meuwese CL, Stenvinkel P, Dekker FW, Carrero JJ. Monitoring of inflammation in patientson dialysis: forewarned is forearmed.Nat. Rev. Nephrol. 2011;7:166-76. https://doi.org/10.1038/nrneph.2011.2
Carrero JJ, Yilmaz MI, Lindholm B, Stenvinkel P. Cytokine dysregulation in chronic kidney disease: how can we treat it? Blood Purif. 2008;26(3):291-9. https://doi.org/10.1159/000126926
Stenvinkel P. Inflammation in end-stage renal failure: could it be trated? Nephrol Dial Transplant. 2002;17(8):33-8. https://doi. org/10.1093 ndt/17.suppl_8.33
Barros A, Oliboni AS, Felix R, Lucas LS, d'Avila DO. Hemodialysis patients: inflammatory status andleanbodymass. Sci Med. 2014;24(1):6-10. https://doi.org/10.15448/1980- 6108.2014.1.14812
Silva LF, Matos CM, Lopes GB, Martins MT, Martins MS, Arias LU, Pisoni RL, Lopes AA. Handgrip strength as a simple indicator of possible malnutrition and inflammation in men and women on maintenance hemodialysis. J Ren Nutr. 2011;21(3):235-45. https://doi.org/10.1053/j.jrn.2010.07.004
Afşar B, Sezer S, Ozdemir FN, Celik H, Elsurer R, Haberal M. Malnutrition–inflammation score is a useful tool in peritoneal dialysis patients. Perit Dial Int. 2006;26(6):705-11.
Demir M, Kucuk A, Sezer MT, Altuntas A, Kaya S. Malnutritioninflammationscore and endothelial dysfunction in hemodialysis patients. J Ren Nutr. 2010;20(6):377-83. https://doi.org/10.1053/j. jrn.2010.03.002
Prado LVS, Santos EMC, Luz MCL, Silva PC, Gadelha PCFP. Inflammation and malnutrition in renal replacement therapy unit of Northeastern Brazil. Nutr Clín Diet Hosp. 2014;34(3):29-36.
Bucharles S, Barberato SH, Stinghen AE, Gruber B, Meister H, Mehl A, Piekala L, Dambiski AC, Souza A, Olandoski M, Pecoits-Filho R. Hypovitaminosis D is associated with systemic inflammation and concentric myocardial geometric pattern in hemodialysis patients with low iPTH levels. Nephron Clin Pract. 2011;118(4):c384-91. https://doi.org/10.1159
/000323664
Delatim FC. Associações entre marcadores nutricionais e inflamação em pacientes renais crônicos tratados por hemodiálise [dissertação]. Botucatu: Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu; 2008.
Daugirdas JT. Second generation logarithmic estimates or single pool variable volume kt/V: an analysis of error. J Am Soc Nephrol. 1993;4(5):1205-13.
National Kidney Foundation. K/DOQI clinical practice guidelines for chronic kidney disease: evaluation, classification, and stratification. Am J Kidney Dis. 2002;39(2 Suppl 1):S1-266.
World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: WHO; 1995.
Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. 1994;21(1):55-67.
Lohman TG, Roche AF, Martorell R, editors. Anthropometric standardization reference manual: abridged edition. Champaign: Human Kinetics Books; 1991.
Frisancho AR. Anthropmetric standards for the assessment of grwth and Nutritional status. Ann Arbor: The University of Michigan Press; 1990. https://doi.org/10.3998/mpub.12198
Frisancho AR. New norms of upper limb fat and muscle áreas for assessment of nutritional status. Am J Clin Nutr. 1981;34(11): 2540-5.
Roriz AK, de Oliveira CC, Moreira PA, Eickemberg M, Medeiros JM, Sampaio LR. Methods of predicting visceral fat in Brazilian adults and older adults: a comparison between anthropometry and computerized tomography. Arch Latinoam Nutr. 2011;61(1): 5-12.
Studenski SA, Peters KW, Alley DE, Cawthon PM, McLean RR, Harris TB, Ferrucci L, Guralnik JM, Fragala MS, Kenny AM, Kiel DP, Kritchevsky SB, Shardell MD, Dam TT, Vassileva MT. The FNIH sarcopenia project: rationale, study description, conference recommendations, and final estimates. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2014;69(5):547-58. https://doi.org/10.1093/gerona/glu010
Biavo BMM, Martins CTB, Cunha LM, Araújo ML, Ribeiro MMC, Sachs A, Uezima CBB, Draibe SA, Rodrigues CIS, Barros EJG. Aspectos nutricionais e epidemiológicos de pacientes com doença renal crônica submetidos a tratamento hemodialítico no Brasil, 2010. J Bras Nefrol. 2012;34(3):206-15. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20120001
Sesso RC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Martins CT. Inquérito Brasileiro de Diálise Crônica 2014. J Bras Nefrol. 2016;38(1): 54-61.
Dumler F. A low phase angle is a marker of decreased nutritional status and increased mortality in chronic dialysis patients. Asaio. 2006;52(2):72A. https://doi.org/10.1097/00002480-200603000-00299
Dantas MAS. Investigação de associações da força de preensão manual medida por dinamômetro com o estado nutricional e a sobrevida de pacientes iniciando hemodiálise de manutenção: estudo PROHEMO [tese]. Salvador (BA): Universidade Federal da Bahia; 2014.
Oliveira CMC. Marcadores nutricionais, inflamatórios e bioipedancia elétrica e sua associação com morbi-mortalidade em hemodiálise [tese]. Natal (RN): Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2010.
Inda Filho AJ, Melamed ML. Vitamina D e doença renal. O que nós sabemos e o que nós não sabemos. J Bras Nefrol. 2013;35(4): 323-31. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20130051
Bucharles S, Barberato SH, Stinghen AE, Gruber B, Piekala L, Dambiski AC, Custodio MR, Pecoits-Filho R. Impact of cholecalciferol treatment on biomarkers of inflammation and myocardial structure in hemodialysis patients without hyperparathyroidism. J Ren Nutr. 2012;22(2):284-91. https://doi.org/10.1053/j.jrn.2011.07.001
Nishimura S, Manabe I, Nagai R. Adipose tissue inflammation in obesity and metabolic syndrome. Discov Med. 2009;8(41): 55-60.
Chazot C, Laurent G, Charra B, Blanc C, VoVan C, Jean G, Vanel T, Terrat JC, Ruffet M. Malnutrition in long term hemodialysis survivor. Nephrol Dial Transplant. 2001;16(1):61-9. https://doi.org/10.1093/ndt/16.1.61
Leal VO, Mafra D, Fouque D, Anjos LA. Uso da força de preensão manual na avaliação da função muscular de pacientes com doença renal crônica em diálise: uma revisão sistemática. Nephrol Dial Transplant. 2011;26:1354-60. https://doi.org/10.1093/ndt/gfq487
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Ciência & Saúde implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Ciência & Saúde como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Ciência & Saúde o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Ciência & Saúde apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.