“Precisão” e política

Algumas considerações etnográficas a partir de Codó (Maranhão)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.41063

Palavras-chave:

Etnografia, Precisão, Política, Estado

Resumo

Este artigo é sobre a “precisão”, uma palavra que anuncia as adversidades enfrentadas pelas pessoas no interior de Maranhão. Discuto essa categoria a partir de uma etnografia realizada, nos últimos anos, em Codó, com pessoas de religião afro-brasileira e com quebradeiras de coco babaçu. Invisto em uma abordagem etnográfica da política institucional, vista a partir da “precisão”, que revela a distância entre as pessoas e os políticos, as formas de “exploração” e as estratégias utilizadas para manter a vida. Argumento que a política é vista como uma aposta ou “vereda”, no âmbito de uma sofisticada forma de perceber as relações sociais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Martina Ahlert, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís, MA, Brasil.

Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil. Professora e pesquisadora no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, MA, Brasil. 

Referências

Ahlert, Martina. 2013. Entre a “precisão” e o “luxo”: usos do benefício do Programa Bolsa Família entre as quebradeiras de coco de Codó – MA. Revista Política e Trabalho 1 (38): 69-86.

Ahlert, Martina. 2021. Encantoria: uma etnografia sobre pessoas e encantados. São Luís: Edufma.

Almeida, Alfredo W. Berno de. 1995. Quebradeiras de Coco: identidade e mobilização. Legislação específica e fontes documentais e arquivistas. São Luís: MIQBC.

Almeida, Alfredo W. Berno de, org. 2002. Terras de preto no Maranhão: quebrando o mito do isolamento. São Luís: ECN; SMDH; PVN.

Antunes, Marta de O. 2006. As guardiãs da floresta do babaçu e o tortuoso caminho do empoderamento. In Prêmio Margarida Alves. Coletânea sobre estudos rurais e gênero, organizado por Ellen Woortmann, Renata Menache e Beatriz Heredia, 123-149. Brasília: MDA/IICA.

Assunção, Mathias R. 2015. De caboclos a bem-te-vis. Formação do campesinato numa sociedade escravista: Maranhão 1800-1850. São Paulo: Annablume.

Bachtold, Isabele. 2016. Quando o estado encontra suas margens: considerações etnográficas sobre um mutirão da estratégia de Busca Ativa no estado do Pará. Horizontes Antropológicos 22 (46): 273-301. https://doi.org/10.1590/S0104-71832016000200010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832016000200010

Balandier, George. 1967. Anthropologie Politique. Paris: PUF.

Barbosa, Viviane de O. 2006. A caminho dos babaçuais: gênero e imaginário no cotidiano de trabalhadores rurais no Maranhão. In Prêmio Margarida Alves. Coletânea sobre estudos rurais e gênero, organizado por Ellen Woortmann, Renata Menache e Beatriz Heredia, 35-64. Brasília: MDA/IICA.

Borges, Antonádia. 2012. Ser embruxado. Notas epistemológicas sobre razão e poder na antropologia. Civitas 12 (3): 469-488. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2012.3.13011. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2012.3.13011

Cañedo-Rodriguez, Monteserrat, ed. 2013. Cosmopolíticas. Perspectivas antropológicas. Madrid: Trotta.

Clastres, Pierre. 2013. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify.

Das, Veena, e Deborah Poole. 2008. El estado y sus márgenes: etnografias comparadas. Revista Académica de Relaciones Internacionales 27: 19-52.

Fortes, Meyer, e Edward Evans-Pritchard. 1961. Introduction. In African Political Systems, organizado por Meyer Fortes e Edward Evans-Pritchard, 1-23. London: Oxford University Press.

Goldman, Marcio. 2006. Como funciona a democracia. Uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro: 7 Letras.

Guedes, André D. 2013. Na estrada e na lama com Jorge, um brasileiro: trabalho e moradia nas fronteiras do desenvolvimento. Horizontes Antropológicos 19 (39): 319-345. https://doi.org/10.1590/S0104-71832013000100013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832013000100013

Leach, Edmund. 1995. Sistemas Políticos da Alta Birmânia. Um Estudo da Estrutura Social Kachin. São Paulo: Edusp.

Mello, Cecília. 2017. Quatro ecologias afroindígenas. R@U 9 (2): 29-41. https://doi.org/10.52426/rau.v9i2.197. DOI: https://doi.org/10.52426/rau.v9i2.197

Moura, Flávia. 2009. Escravos da precisão. Economia familiar e estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais em Codó (MA). São Luís: Edufma.

Palmeira, Moacir, e Beatriz Heredia. 2006. O voto como adesão. Teoria e Cultura 1 (1): 35-58.

Peirano, Mariza. 1997. Antropologia política, ciência política e antropologia da política. Série Antropologia 231: 15-26.

Sahlins, Marshall. 1972. The original affluent society. In Stone age economics, organizado por Marshall Sahlins, 5-41. New York: Aldine de Gruyter.

Soares, Luiz E. 1981. Campesinato: ideologia e política. Rio de Janeiro: Zahar.

Strathern, Marilyn. 2006. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora da Unicamp.

Strathern, Marilyn. 2014. O conceito de sociedade está teoricamente obsoleto? In O efeito etnográfico e outros ensaios, organizado por Marilyn Strathern, 231-239. Cosac Naify.

Velho, Otávio. 1995. Besta fera: recriação do mundo. Ensaios críticos de antropologia. Rio de Janeiro: Relumé Dumará.

Vieira, Suzane A. 2015. Resistência e pirraça na Malhada. Cosmopolíticas quilombolas no Alto Sertão do Caetité. Tese em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Wagner, Roy. 2010. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.

Downloads

Publicado

2022-12-08

Como Citar

Ahlert, M. (2022). “Precisão” e política: Algumas considerações etnográficas a partir de Codó (Maranhão). Civitas: Revista De Ciências Sociais, 22, e41063. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.41063

Edição

Seção

Artigos