A prece de Frantz Fanon: oh, meu corpo, faça sempre de mim um homem que questiona!

Autores

  • Joaze Bernardino-Costa Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.3.22915

Palavras-chave:

Frantz Fanon. Colonialismo. Zona do não-ser. Corpo. (In)visibilidade.

Resumo

Baseado nas contribuições de Frantz Fanon, este artigo demonstra que o
colonialismo, mediante o racismo, produz uma divisão maniqueísta do mundo entre
a zona do ser e a zona do não-ser. Argumenta que os sujeitos coloniais, em geral, e os
negros,em particular, habitam a zona do não-ser e, por isso, são invisibilizados pelo
olhar imperial. Diante disto, restará ao negro tornar visível sua existência por meio
da afirmação de sua identidade e de seu corpo. Concluímos que a afirmação do corpo
permite a elaboração do conhecimento a partir de uma localização particular, assim
como permite reinventar um projeto político humanista.

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Biografia do Autor

Joaze Bernardino-Costa, Universidade de Brasília

Professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília. Tem diversos artigos publicados no Brasil e exterior sobre trabalho doméstico e ações afirmativas. Recentemente publicou o livro Saberes Subalternos: os sindicatos das trabalhadoras domésticas no Brasil. Brasília: EdUnB, 2015. 270 páginas. Atualmente desenvolve pesquisas sobre intelectuais negros do Brasil, Caribe e Estados Unidos.

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Publicado

2016-11-28

Como Citar

Bernardino-Costa, J. (2016). A prece de Frantz Fanon: oh, meu corpo, faça sempre de mim um homem que questiona!. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 16(3), 504–521. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.3.22915