Campos de experimentação agrícola na Escuela-Ayllu de Warisata
Reflexões sobre produtividade, trabalho e saber indígena no altiplano boliviano (1931-1940)
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2020.2.37907Palavras-chave:
História ambiental, saberes tradicionais, História Ambiental, Educação indígenaResumo
A Escuela-Ayllu de Warisata, localizada no altiplano boliviano entre o lago Titicaca e o nevado de Illampu, foi um projeto de educação indígena e rural ocorrido na Bolívia nos anos 1930 (1931-1940) que pretendeu integrar as concepções e os saberes das populações indígenas locais dentro dos ideais nacionais. A relação com o ambiente biofísico aparece de forma marcante na fonte autobiográfica de Elizardo Pérez, um dos fundadores do projeto. Ademais, a escola se inseria em um contexto de disputa pelo acesso à terra, pela autonomia e pelos modos de organização do espaço que colocavam em conflito as concepções das comunidades indígenas locais frente aos interesses dos grandes proprietários de terra. Nesse artigo, observamos em que medida a escola buscou “revitalizar” esses saberes indígenas e, ainda, uma memória biocultural relacionada com o ambiente do altiplano utilizando o argumento da produtividade como forma de legitimar esse projeto perante a sociedade boliviana.
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