As mitologias políticas Integralistas e a mobilização das massas na estratégia de Plínio Salgado: o mito conspiratório e as representações da crise no Brasil entreguerras
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.22857Palavras-chave:
Plínio Salgado, Integralismo, Mitologias Políticas,Resumo
Este artigo aborda aspectos particulares das linguagens políticas integralistas, analisando estratégias e opções na construção das narrativas integralistas situadas no campo do que chamamos “mitologias políticas”. Dentro desse campo interpretativo da História Política, analisamos especificamente a utilização do “mito conspiratório” nas narrativas integralistas, tomando como fontes uma seleção de textos escritos entre 1932 e 1937 por Plínio Salgado, fundador e Chefe Nacional da Ação Integralista Brasileira (AIB). A discussão sobre os usos da linguagem no integralismo nos conduz às discussões acerca do papel fundamental que o mito assume nos vocabulários políticos do Entreguerras, enquanto uma das maiores características dos movimentos de massa do período, como a AIB. Dialogamos com a teoria e método desenvolvidos nas obras de E. Cassirer e R. Girardet, que tratam do mito na linguagem política do período analisado com grandes contribuições. Analisando esse nicho das mitologias políticas integralistas, esperamos contribuir com os estudos que buscam compreender o universo intelectual da AIB e suas estratégias de mobilização das massas, dentro de uma abordagem linguística e contextualista como sugerem R. Koselleck e J. Pocock.
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