Conceitos outros: as coisas e a Virada Ontológica
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2020.1.36312Palabras clave:
Cultura Material. Arqueologia. Ontologia.Resumen
Este texto pretende discutir as possibilidades de uma abordagem ontográfica sobre a problematização das coisas, ou aquilo que chamamos de “cultura material”. Uma abordagem inserida no contexto da chamada Virada Ontológica, da qual emergem os estudos sobre a alteridade que a partir das coisas, neste caso, produzidas pelo outro, busca “traduzir” em conceitos a ontologia outra e comparar as diferenças conceituais suscitadas durante o processo. Uma comparação translativa entre conceitos produzidos por ambos os agentes teóricos: o nativo e o antropólogo. Os estudos sobre as coisas têm se voltado para concepções mais literalistas acerca, inclusive, da própria definição de “coisa” nos últimos anos, sobretudo quando há o envolvimento de dois ou mais “mundos” na equação. Na Antropologia, o debate sobre a Ontological Turn ocorre com maior velocidade e intensidade, voltando-se para o cerne da própria disciplina, abalando alguns fundamentos modernos que formataram o próprio fazer antropológico. É a partir desse debate, ainda em andamento, que a disciplina que utiliza as coisas como fonte, a Arqueologia, vem buscando reorientar suas análises sobre as coleções resultantes de suas pesquisas.
Descargas
Citas
ALBERTI, Benjamin. MARSHALL, Yvonne. Local Theories and Conceptually Open-Ended Methodologies. Cambridge Archaeological Journal, [S. l.], v. 19, n. 3, p. 344–356, 2009. DOI: https://doi.org/10.1017/S0959774309000535
APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niteroi: Editora da UFF, 2008.
ASSECAN (Associação Ecológica de Canela – Planalto das Araucárias). José Verá: Mbiá-Guarani. Projeto Mbiá-Guarani. Porto Alegre: ASSECAN, 2007.
ASSIS, Valéria Soares. Dádiva, mercadoria e pessoa: as trocas na constituição do mundo social Mbyá-Guarani. Tese de Doutorado, Porto Alegre: UFRGS, 2006.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 6. ed. São Paulo: Perpectiva, 2007.
GELL, Alfred. Arte e Agência: uma teoria antropológica. São Paulo: Ubu Editora, 2018. (Coleção Argonautas).
GONÇALVES, José Reginaldo Santos. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônio. Rio de Janeiro: IPHAN, 2007.
HENARE, A.; HOLBRAAD, Martin.; WASTELL, Sari. Introduction: Thinking through things. In: HENARE, Amiria J. M.; HOLBRAAD, Martin; WASTELL, Sari. Thinking through things: theorising artefacts ethnographically London: Routledge, 2007. p.1-31.
HOLBRAAD, Martin. Estimando a necessidade: os oráculos de ifá e a verdade em Havana. Mana, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 39-77, oct. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132003000200002&lng=en&nrm=-iso. Acesso em: 30 nov. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132003000200002.
HOLBRAAD, Martin. Truth beyond doubt: Ifá oracles in Havana. HAU: Journal of Ethnographic Theory, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 81–109, 2012. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/full/10.14318/hau2.1.006. Acesso em: 30 nov. 2018.
KOLLING, Zilá Regina. Entrevista concedida a Antonio C. Soares em 30/06/2018.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador: EDUFBA, 2012.
LIMA, Tânia Andrade. Cultura Material: a dimensão concreta das relações sociais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi: Ciências Humanas, Belém, v. 6, n. 1, p. 11-23, jan. /abr. 2011.
MELIÀ, Bartomeu. El Guaraní conquistado y reducido: ensayos de etnohistória. Assunción: CEADUC, 1988
MELIÀ, Bartomeu. A terra sem mal dos Guarani: economia e profecia. Revista de Antropologia, São Paulo, 33, dez 1990. 33-46. Acesso em: 30 jun. 2019.
MILLER, Daniel. Trecos, troços e coisas: estudos antropológicos sobre a cultura material. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
PRUDENTE, Letícia T. Arquitetura Mbyá-Guarani na Mata Atlântica do Rio Grande do Sul: Estudo de Caso do Tekoá Nhüu Porã. Dissertação (Mestrado) -- UFRGS, Porto Alegre, 2007.
RÜSEN, Jörn. Reconstrução do passado. Teoria da história II: os princípios da pesquisa histórica. Tradução de Asta-Rose Alcaide. Brasília: UnB, 2007.
SAHLINS, Marshall David. Cultura na prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.
SANTOS, Maria Cristina dos; FELIPPE, Guilherme Galhegos. Apropriações possíveis de um protagonismo outro. Rev. Bras. Hist., São Paulo, v. 37, n. 76, p. 115-136, dez. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1806-93472017v37n76-06
SOARES, Antonio C. A Casa dos índios: a história de vida de um artefato. Mouseion, Canoas, n. 31, p.89-104, 25 fev. 2019. UNILASALLE. http://dx.doi.org/10.18316/mouseion.v0i31.5225.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 115-144, Oct. 1996. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131996000200005&lng=en&nrm=-iso. access on 30 Nov. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131996000200005.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O nativo relativo. Mana. Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 113-148, Apr. 2002. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93132002000100005
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectival Anthropology and the Method of Controlled Equivocation, Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 2: Iss. 1, Article 1. 2014. Acessível em https://digitalcommons.trinity.edu/tipiti/vol2/iss1/1
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena. O que nos faz pensar, [S.l.], v. 14, n. 18, p. 225-254, sep. 2004. ISSN 0104-6675. Disponível em: http://www.oquenosfazpensar.fil.puc-rio.br/index.php/oqnfp/article/view/197. Acesso em: 30 nov. 2018.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Oficina do Historiador
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
La presentación original de esta revista implica la transferencia, por los autores, los derechos de publicación impresa y digital. Los derechos de autor de los artículos publicados son derechos de autor del boletín de la primera publicación. Autores sólo podrán utilizar los resultados en otras publicaciones, indicando claramente esta revista como medio de publicación original. Porque somos una revista de acceso abierto, permite el libre uso de los artículos en las aplicaciones educativas, científicas y no comerciales, siempre que la fuente sea reconocida (por favor vea la Licencia Creative Commons en el pie esta página).