Relações intelectuais assimétricas: a “polêmica” histórica entre Alfredo Pimenta e Gustavo Barroso
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.22777Resumen
Resumo: O objetivo deste artigo é demonstrar a assimetria de sentimentos que se escondia por trás de uma suposta fraternidade intelectual estabelecida entre Brasil e Portugal, nas primeiras décadas do século XX, para isso escolhemos dois importantes autores luso-brasileiros, Alfredo Pimenta e Gustavo Barroso. Ainda que ambos defendessem interpretações históricas semelhantes, cujo mote central era a valorização do antigo Império colonial português e, consequentemente, seu legado civilizatório deixado para o mundo, eles acabariam ilustrando uma curiosa “disputa” em torno da verdade histórica. Esse breve contato entre Brasil-Portugal, foi aqui analisado com base nas críticas de Alfredo Pimenta ao livro A Senhora de Pangim (1940) de Gustavo Barroso. A partir daí vimos emergir não somente as vaidades e os desejos desses homens, em se fazer superiores, mas fundamentalmente, um complexo comportamento heroico, que caracterizou o imaginário social da época. Tal heroísmo foi incorporado tanto nas obras de Alfredo Pimenta quanto nas de Gustavo Barroso, e marcaria de forma definitiva algumas construções politico-ideológicas autoritárias em seus respectivos países.
Palavras-chave: Intelectuais luso-brasileiros; historiografia; comportamento heroico.