Soro ou vacina: controvérsia no controle da peste bubônica no Rio de Janeiro (1899-1901)
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2015.2.21725Palabras clave:
peste bubônica, vacina antipestosa, Camillo TerniResumen
O artigo analisa uma controvérsia entre Camillo Terni e Oswaldo Cruz,ocorrida no ano de 1900, em torno do controle da peste bubônica no Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz, um dos principais líderes do recém inaugurado Instituto Soroterápico Federal, defendia que o soro antipestoso era o produto a ser utilizado para tratar as vítimas de peste e também para imunizar a população, processo conhecido como soro-vacinação. Camillo Terni, diretor do Laboratório Bacteriológico de Messina, na Itália, e enviado ao Brasil para estudar a doença, ao contrário, defendia que o soro era ineficaz e que a principal estratégia para controlar a doença deveria ser vacinar a população, propagandeando o seu método de preparação da vacina antipestosa. O embate entre os dois foi veiculado na imprensa leiga e especializada e acabou vencido por Oswaldo Cruz, pois o soro tornou-se a principal arma contra a peste e a vacina antipestosa utilizada no Rio de Janeiro não foi a de Terni, mas uma versão modificada daquela criada originalmente pela Comissão Alemã enviada à Índia. O presente artigo investiga como essa vitória foi construída, acompanhando os passos de Terni e de sua vacina no Brasil e as alianças e traduções de interesse que ele e Oswaldo Cruz efetuaram de modo a vencer o debate. Dessa forma, o artigo pretende lançar luzes sobre um capítulo pouco conhecido da história do Instituto Soroterápico Federal.
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