Operário Padrão: o modelo de trabalhador segundo os empresários industriais durante a ditadura militar brasileira
DOI:
https://doi.org/10.15448/21778-3748.2018.2.26379Keywords:
Operário Padrão, SESI, TrabalhoAbstract
Este trabalho é resultado de pesquisa realizada para tese de doutoramento em História defendida em 2014, no Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS. A Campanha Operário Padrão iniciou ainda na década de 1950, circunscrita ao estado do Rio de Janeiro. Na década seguinte, já sob a ditadura militar, o Serviço Social da Indústria – SESI, uma entidade patronal, aliou-se ao jornal para tornar o concurso nacional. Conforme a historiadora estadunidense Bárbara Weinstein, a Campanha ou Concurso Operário Padrão foi uma das ações mais importantes do SESI, após o golpe civil-militar de 1964, que instaurou uma ditadura militar no país, pois sua inserção no concurso para premiar um operário modelo foi uma das poucas inovações implantadas após 1964, uma vez que o contexto político favorecia esse tipo de investida. Assim, entende-se que a existência de um concurso que premiava o operário modelo, segundo preceitos dos empresários industriais foi um instrumento que visava disciplinar os trabalhadores, não somente aqueles que participaram do concurso, mas especialmente os demais, por meio do exemplo imposto pelo operário modelo. A pesquisa possibilitou perceber que o concurso era, acima de tudo, a exaltação do trabalho, do labor constante e dedicado e isso numa sociedade que necessitou “reabilitar o valor do trabalho”, especialmente nos anos 30 do século passado.
Downloads
References
ARAÚJO, Inês Lacerda. Vigiar e punir ou educar? Biblioteca do Professor: Foucault, São Paulo, n. 3, p. 26-35, 2012.
DIRETAS JÁ. Memória Globo, 2013. Disponível em: <http://memoriaglobo.globo.com/erros/diretas-ja.htm>. Acesso em: 20 dez. 2013.
FIALHO, Áurea. Áurea Fialho: Depoimento [2 nov. 2009]. Entrevistador: Daniela de Campos. Rio de Janeiro: 2009. Entrevista concedida por mensagem eletrônica.
FIGUEIREDO recebe Operários-Padrão e diz que são a força propulsora da sociedade. O Globo, Rio de Janeiro, 24 nov.1981. n. p.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 1987.
GAUDEMAR, Jean-Paul. El orden y la producción. Nacimiento y formas de la disciplina de fábrica. Madrid: Trotta, 1991.
MATOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2009.
MENDOZA, Carlos Alberto Castillo. Estudio introductorio. In: GAUDEMAR, Jean-Paul. El orden y la producción. Nacimiento y formas de la disciplina de fábrica. Madrid: Trotta, 1991.
O HOMEM QUE VIROU SUCO. João Batista Andrade. São Paulo: Embrafilme; Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, 1979. DVD.
Serviço Social da Indústria – Departamento Nacional – SESI-DN. Objetivos da Campanha Operário-Padrão, 1975.
______. I Encontro de Coordenadores da Campanha Operário Padrão. Rio de Janeiro, 1979.
______. Ofício CONGAB 119/81. 1981.
______. Campanha Operário Padrão. 1982.
Serviço Social da Indústria – Rio Grande do Sul – SESI-RS. Concurso Operário Padrão 1974: Interpretação dos requisitos exigidos dos candidatos. 1974.
______. Concurso Operário Padrão 1976: Relatório. 1976
______. Estudo sobre a Campanha Operário Padrão. 1981.
______. Campanha Operário Padrão. 1982.
WEINSTEIN, Barbara. The model worker of the paulista industrialists: The “Operário Padrão” Campaign. Radical History Review, Durham, NC, p. 92-123, 1995.
_______. (RE)Formação da Classe Trabalhadora no Brasil (1920-1964). São Paulo: Cortez/CDAPH-IPHAN/Universidade São Francisco, 2000.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright
The submission of originals to Oficina do Historiador implies the transfer by the authors of the right for publication. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication. If the authors wish to include the same data into another publication, they must cite Oficina do Historiador as the site of original publication.
Creative Commons License
Except where otherwise specified, material published in this journal is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license, which allows unrestricted use, distribution and reproduction in any medium, provided the original publication is correctly cited.