Os sentidos da festa: Mário Melo e as escolas de samba no carnaval recifense (1955-1956)
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.19982Keywords:
Mario Melo - Escolas de Samba - Intelectuais - Historia do Recife - Cultura PopularAbstract
o presente artigo tem por objetivo analisar quais os motivos que levaram alguns membros da intelectualidade pernambucana a criticar a presença das escolas de samba no carnaval do Recife. Por que para alguns intelectuais o samba não poderia co-existir em meio a outras práticas culturais da folia recifense? Qual o sentido de tradição que estavam defendendo para aqueles dias de momo? O que estava em jogo para que o samba fosse condenado? Dentro desse processo elegi os escritos do jornalista Mário Melo, por ser ele uma das principais vozes deste cenário. Dar visibilidade a estes conflitos é procurar compreender naqueles "alegres" dias de momo não um campo de consenso harmônico, mas um meio de efetivação de disputas e embates entre diferentes práticas e tradições a serem legitimadas.
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