Do exílio e do retorno ao útero materno
A simbologia da Grande Mãe na poesia nacionalista de Casimiro de Abreu
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.2.40620Palavras-chave:
Casimiro de Abreu, Poesia nacionalista, Arquétipo da Grande Mãe, Berço-túmulo, Simbolismo da intimidadeResumo
A poesia nacionalista de Casimiro de Abreu, influenciada pela 1ª geração romântica, configura-se numa linguagem simbólica em torno da terra natal, estabelecendo mitos e arquétipos que possibilitam representar o sentimento de “regresso ao lar”, entrevisto na sua produção lírica de exaltação “matriótica”, termo semanticamente mais adequado para ilustrar o nacionalismo. Este sentimento, instituído na tensão entre o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, funda a imagem da Grande Mãe benfazeja como isomorfa à nação. Desde as primeiras recordações da infância sublimada pela imagem do berço, até o findar da existência, estabelecida pela imagem do sepulcro, os valores de intimidade maternal povoam o imaginário lírico de Casimiro de Abreu. Tais imagens, além de fortalecer o símbolo da Grande Mãe, também apontam uma reflexão de que a terra natal (isomorficamente materna) transmite paz ao sujeito lírico, tornando-se a cavidade uterina para onde voltará os seus despojos.
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