Ironia e paródia
O olhar crítico do narrador em História do cerco de Lisboa
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.43047Palavras-chave:
História do cerco de Lisboa, Ironia, Paródia, Narrador, Romance histórico contemporâneoResumo
Este artigo é um estudo sobre História do cerco de Lisboa (2011), do escritor José Saramago. O objetivo é estabelecer relações entre a obra literária e a teoria da ironia e da paródia. Buscamos, pois, destacar aspectos dessas categorias na composição da narrativa, considerando o papel crítico do narrador na reconstrução dos acontecimentos historiográficos. A partir da consideração deste romance como uma metaficção historiográfica, constatamos que, tanto através da mobilização da ironia, como por meio da paródia, é construído na narrativa um dizer crítico criado a partir da ficção em oposição a um discurso histórico cristalizado, considerado como único e absoluto, a História da Tradição. Respaldamo-nos em vários estudos que se voltam para a ironia e a paródia no romance histórico contemporâneo, desenvolvendo nossa leitura a partir do método da crítica textual, por meio de uma pesquisa bibliográfica de base interpretativa. Para embasar as nossas reflexões, trouxemos como aporte teórico, dentre outros, Linda Hutcheon (1989, 1991), Maria de Fátima Marinho (1999), Brandão (1945) e Eduardo Calbucci (1999). Com isso, elucidamos alguns aspectos que mostram como o romance histórico contemporâneo História do cerco de Lisboa (2011) faz a sua releitura da História.
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