O fazer poético autraniano no universo ficcional de Ópera dos mortos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.1.39833

Palavras-chave:

Autran Dourado, Barroco, Tragédia grega, Narrador parabático

Resumo

Este artigo parte do objetivo de investigar o fazer poético de Autran Dourado, no seu romance Ópera dos mortos, de 1967. A intrigante relação estabelecida entre os membros do sobrado, criados a partir do universo ficcionista autraniano, resulta no comportamento ambivalente da protagonista, Rosalina. Esta, tem o seu final trágico já prenunciado, assim como todo o clã Honório Cota, demonstrando que é impossível ludibriar o destino. Autran Dourado soma a técnica machadiana do narrador parabático, ao que denomina falsa terceira pessoa, para estruturar um romance que se alia à tradição trágica. Esta trama, que foi inspirada na dramaturgia, se apoia na estética barroca para fazer a arquitetura do sobrado e a composição temperamental dos seus personagens.

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Biografia do Autor

Graziela Dantas de Oliveira Almeida, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mestranda em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

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Publicado

2021-08-18

Como Citar

Almeida, G. D. de O. (2021). O fazer poético autraniano no universo ficcional de Ópera dos mortos. Navegações, 14(1), e39833. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.1.39833

Edição

Seção

Ensaios