O fazer poético autraniano no universo ficcional de Ópera dos mortos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.1.39833Palavras-chave:
Autran Dourado, Barroco, Tragédia grega, Narrador parabáticoResumo
Este artigo parte do objetivo de investigar o fazer poético de Autran Dourado, no seu romance Ópera dos mortos, de 1967. A intrigante relação estabelecida entre os membros do sobrado, criados a partir do universo ficcionista autraniano, resulta no comportamento ambivalente da protagonista, Rosalina. Esta, tem o seu final trágico já prenunciado, assim como todo o clã Honório Cota, demonstrando que é impossível ludibriar o destino. Autran Dourado soma a técnica machadiana do narrador parabático, ao que denomina falsa terceira pessoa, para estruturar um romance que se alia à tradição trágica. Esta trama, que foi inspirada na dramaturgia, se apoia na estética barroca para fazer a arquitetura do sobrado e a composição temperamental dos seus personagens.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Introdução, tradução e comentários de Eudoro de Souza. Porto Alegre: Globo, 1966.
BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. 44. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
CANDIDO, Antonio; CASTELO, J. Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira: das Origens ao Romantismo. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1973. v. 1.
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. 7. ed. São Paulo: Global, 2004.
DOURADO, Autran. Ópera dos mortos. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
DOURADO, Autran. Uma poética de romance: matéria de carpintaria. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
DOURADO, Autran. Breve manual de estilo e romance. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
LEPECKI, Maria Lúcia. Ópera dos Mortos. Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 3, n. 105, p. 12, ago. 1968.
PENIDO, José Márcio. Ópera dos Mortos: a nova barca de Autran Dourado. Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 2, n. 51, p. 3, ago. 1967.
PÓLVORA, Hélio. Autran em tempo de ópera. Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 2, n. 71, p. 10, jan. 1968.
RENDEIRO, Amanda Garcia. A parábase grega em Machado de Assis. Garrafa, Rio de Janeiro, n. 22. p. 1-16, 2010. Disponível em: http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/garrafa/garrafa22/amandarendeiro_aparabasegrega.pdf. Acesso em: janeiro de 2011. Acesso em: 1 jun. 2021.
SANTIAGO, Silviano. Mineiro Autran Dourado produziu uma narrativa original e cosmopolita. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,mineiro-autran-dourado-produziu-uma-narrativa-original-e-cosmopolita,940804. Acesso em: 1 fev. 2020.
SENRA, Angela Maria de Freitas. Literatura Comentada: Autran Dourado. São Paulo: Abril Educação, 1983.
SOUZA, Ronaldes de Melo. Atualidade da tragédia grega. In: ROSENFIELD, Kathrin Holzemayr (org.); MARSHALL, Francisco (colaborador). Filosofia e Literatura: o trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p.115-140.
SOUZA, Ronaldes de Melo. O romance tragicômico de Machado de Assis. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2006.
SOUZA, Ronaldes de Melo. Agonia e morte em Autran Dourado. In: SOUZA, Ronaldes de Melo (org.). Ensaios de poética e hermenêutica. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2010. 236 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Navegações
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Navegações implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Navegações como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.