Aonde o sentir nos leva
embodiment, ekphrasis, descrição e epifania no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2020.2.37025Palavras-chave:
Literatura, Sentir, Pensar, Leitura, ModernidadeResumo
A centralidade do sentir no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, convida-nos a lê-lo como um dispositivo do sentir que produz efeitos sensíveis e cognitivos em seu público. Busca-se olhar de perto o embodiment, a ekphrasis, a descrição e a epifania como técnicas literárias que, aliadas ao fragmento, nos fazem sentir o Livro e pensar sobre ele. A obra é pensada em suas relações com a visão e a fotografia, sob à luz de teorias diversas, em uma tentativa de circunscrevê-la em uma estética moderna.
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