O Oriente de Os Lusíadas e a América dos descobrimentos e colonização: o feminino e a feminização da realidade
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2020.1.36624Palavras-chave:
Engendramento, Feminização, Cronística Mundonovista, Os LusíadasResumo
O artigo parte da verificação de que o fazer literário representa geografias e paisagens culturais de outras localidades, além da sua própria realidade e contexto, de forma retórica, imaginária e simbólica, refletindo formações ideológicas, de ordem política e cultural. Na esteira desta ideia, o artigo examina, por meio de pressupostos teóricos e críticos, buscados nos estudos do discurso do gênero e suas estratégias de engendramento da realidade, o principal tropo da retórica da literatura dos descobrimentos e da conquista, qual seja, a feminização ou sexualização da realidade etnoantropológica a ser conquistada por sua redução
ao princípio do feminino como regente do mundo natural e da realidade social e cultural. Tendo por base essas noções, o artigo propõe examinar representativos textos da cronística sobre a América dos descobrimentos e colonização e Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, como escritas comprometidas com traços do complexo etnocultural e androcêntrico da tradição ocidental.
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