A vida que eu não vi
literatura, infância e desmemória durante a última ditadura argentina
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2024.1.46210Palavras-chave:
ditadura argentina, ausência, infância, (des)memória, literatura infantil e juvenilResumo
Este artigo aborda o tema da desmemória imposta à infância, como contexto político-educacional e como representação literária, durante a última ditadura militar argentina (1976-1983). Na época, devido a determinações da Operación Claridad, a escola estava cerceada pelo controle sobre tudo o que propunha para a educação de crianças e jovens. A arte, por sua vez, teve de calar-se ou buscar formas de expressão que pudessem driblar o sistema. No âmbito familiar, o medo e o desejo de proteger as crianças levavam os adultos a ocultar, quando possível, a realidade autocrática. Décadas após aqueles eventos, as vozes desses filhos e filhas se elevam para falar, através da literatura, sobre o impacto de tal situação em suas vidas e identidades. É o caso, por exemplo, da obra El mar y la serpiente, de Paula Bombara (2016). Neste estudo, portanto, discute-se a) o contexto do apagamento da memória impetrado pelo referido regime ditatorial; b) o esquecimento, na literatura infantil e juvenil, gerado pelo trauma da ausência paterna e pela manipulação da memória; e c) a possibilidade de a narrativa literária contribuir para a superação do processo de desmemória e para um possível resgate da infância dos envolvidos.
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