“Eu já me sabia fragmentada”
o corpo infante como local de violência em Corpo desfeito, de Jarid Arraes
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2024.1.46155Palavras-chave:
Corporeidade, Infância, Literatura brasileira contemporânea, ViolênciaResumo
Os estudos sobre violência estão em constante crescimento, visto que a sua compreensão engloba assimilar os diferentes extratos de manifestação, assim como o alargamento e a profundidade cujos impactos vão para além de indícios físicos. Dessa forma, analisar a violência envolve apreender, por meio de um eixo vertical e horizontal, as múltiplas formas pelas quais ela se revela. A obra Corpo desfeito, de Jarid Arraes (2022), traz as nuances não só corporais da narradora Amanda, mas também as múltiplas violências que auxiliam a construir seu corpo infantil. Desta forma, o objetivo deste estudo é compreender como a escala de violência geracional impacta na fragmentação do corpo infantil ao ponto de suprimir a vida da narradora Amanda, a descorporificando de suas próprias experiências como forma de sobrevivência. Logo, este estudo foi edificado de uma forma que contemplasse eixos essenciais de análise como a extensão corporal da violência, cuja manifestação se dá por meio da negligência familiar, do trabalho doméstico, da violência geracional e da punição como método disciplinar, assim como a exposição máxima da agressão que leva a descorporificação da narradora.
Downloads
Referências
ARRAES, Jarid. Corpo desfeito. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2022.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Tradução de Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.
FEDERICI, Silvia. Além da pele: repensar, refazer e reivindicar o corpo no capitalismo contemporâneo. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Elefante, 2023.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução de Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2020.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.
GINZBURG, Jamie. Literatura, violência e melancolia. Campinas: Autores Associados, 2013.
hooks, bell. Teoria feminista: da margem ao centro. Tradução de Rainer Patriota. São Paulo: Perspectiva, 2019.
LE BRETON, David. A sociologia do corpo. Tradução de Sônia M. S. Fuhrmann. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
LE BRETON, David. Adeus ao corpo: Antropologia e sociedade. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: Papirus, 2003.
LOURO, Guacira Lopes. Corpos que escapam. Labrys: Estudos feministas, [s. l.], n. 4, 2003. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys4/textos/guacira1.htm. Acesso em: 12 abr. 2023.
LUGONES, María. Colonialidade e Gênero. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (org.). Pensamento Feminista Hoje: perspectivas decoloniais. Tradução de Pê Moreira et al. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.
PERROT, Michelle. História dos quartos. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
SOIHET, Rachel. O corpo feminino como lugar de violência. Projeto História, São Paulo, n. 25, dez. 2002.
TAVARES, Gonçalo M. Atlas do corpo e da imaginação. Porto Alegre: Dublinense, 2021.
TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Tradução de Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel, 1983.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Letrônica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letrônica implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letrônica como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.