Mil platôs em uma terra estranha
O devir negro em James Baldwin
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2022.1.42941Palavras-chave:
James Baldwin, Agenciamento coletivo, Sujeito desterritorializado, Mundo branco, Devir negroResumo
Embora se tenha dito que James Baldwin seja um ativista antes de escritor, em Terra estranha encontramos a produção muito mais pelo viés do agenciamento (conforme o conceito dos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari) que enseja as máquinas desejantes, do que pela noção de engajamento em que o escritor é situado. Neste artigo busca-se indicar que, se por um lado, não há como negar que em Baldwin existe um lastro de aspectos biográficos, por outro não se pode negar também que há uma figura autoral em Baldwin. Tal perspectiva nos leva para uma condição de um sujeito desterritorializado em um mundo não negro e heteronormativo, apontando para uma espécie de esquizofrenia, pelo fato de não pertencimento a um mundo impositivamente branco. Os conceitos de Deleuze e Guattari, assim como os de Achille Mbembe, em Crítica da razão negra, podem nos ajudar a compreender com mais lucidez as fronteiras do engajamento e os agenciamentos políticos, próprios da produção literária de James Baldwin.
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Referências
BALDWIN, James. Terra estranha. São Paulo: Companhia da Letras, 2018.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.
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DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka: Por uma literatura menor. 1. ed. Tradução de Cíntia Vieira da Silva. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
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