Português é uma língua internacional?
Crenças de agentes envolvidos com o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2022.1.41225Palavras-chave:
Crenças, Política Linguística, Português, Língua InternacionalResumo
O objetivo deste trabalho é analisar as crenças sobre o português como língua internacional na perspectiva de participantes de um contexto de oferta de curso intensivo de português para candidatos ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Utilizamos as reflexões sobre crenças presentes nos estudos sobre política linguística de Schiffman (1996, 2006), de Spolsky (2004, 2009, 2012) e de Shohamy (2006). A pesquisa insere-se em um paradigma qualitativo-interpretativista (FLICK, 2004; LIN, 2015). A geração de dados foi feita por meio da realização de entrevistas semiestruturadas. A partir de uma análise do conteúdo temático, da seleção lexical e de elementos textuais que indicam a orientação argumentativa dos textos, identificamos que a língua portuguesa apresenta diferentes valorações para os colaboradores. É considerada menos importante quando é destacado o papel fundamental da língua inglesa no mundo e mais importante quando é destacada a relevância do português em contextos específicos.
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