Cinzas, sujeiras e porcos
Os trabalhadores subalternos de Ana Paula Maia
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.3.39278Palavras-chave:
subalternidade, Trabalho, Ana Paula Maia, Violência, MarginalizaçãoResumo
A partir das reflexões sobre a subalternidade e como esse conceito é experienciado nas periferias do capitalismo, o presente artigo pretende analisar a temática do processo de marginalização das personagens da autora brasileira Ana Paula Maia. Para o intento desta pesquisa, o foco será nas obras que compõem a saga dos homens brutos, a saber: Entre rinha de cachorros e porcos abatidos (2009a), O trabalho sujo dos outros (2009b) e Carvão animal (2011). Para essa pesquisa, seguindo o rastro da subalternidade, é notória a formação desses personagens a partir da violência brutal que os acomete, a qual traz como consequência o esvaziamento e a desilusão do mundo. Consoante esse processo de deformação, o trabalho surge como motor de amoldamento impetuoso da identidade desses homens, pois, a partir do labor que exercem, o qual demanda desses personagens uma postura de submissão, começam a se assemelhar mais aos animais que aos humanos. Para a construção dessa cosmologia dos detritos dos grandes centros urbanos, investigaremos também como a autora consegue articular a temática da marginalização ao processo de deformação da humanidade dos personagens. Para o intento da pesquisa, traremos à baila as contribuições de Gayatri Chakravorty Spivak (2010) e Giorgio Agamben (2002).
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