Brasil ou “Brasis"?
Diversidade, divisões e hibridismo cultural em O Cortiço, de Aluísio Azevedo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.3.39226Palavras-chave:
Culturas, Sociedade Multicultural, Multiculturalismo, HibridismoResumo
Este trabalho aborda questões de diversidade cultural dentro das divisões socioeconômicas apresentadas no romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, pautadas em uma visão de cultura brasileira para além do unitarismo. Nessas prerrogativas, objetivamos, de modo geral, investigar essa diversidade dentro das divisões culturais do romance, seja por um ideal estratégico de culturas de classe, seja por questões de nacionalidades. De modo específico, apresentar as estratégias de administração das diferenças culturais, bem como o contato que essa diversidade mantém entre si; discutir sobre culturas de classe e suas distinções operacionalizada pelo poder do capital e examinar os processos de contatos culturais na identificação do que é descrito como cultura brasileira no romance. Assim, metodologicamente, a nossa base teórica está pautada nas ideias de sociedade multicultural e do multiculturalismo, de Hall (2003), bem como em os poderes do capital numa distinção de culturas de classe, apoiados nos postulados de Bourdieu (1987), e das noções de interações entre culturas — aculturação, transculturação e hibridismos —, em Fernando Ortiz, Peter Burke (2006) e em outras bibliografias, que utilizamos para conceber nos resultados obtidos, através da análise das duas visões presente n’O Cortiço, o pertencimento e as posições das personagens frente a ideia de diversidade.
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