Expressões impessoais no discurso acadêmico brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.1.25061Palavras-chave:
Sociofuncionalismo, Impessoalização, Microconstruções verbais.Resumo
Este artigo enfoca a comparabilidade de microconstruções com ter-se e haver relacionadas ao domínio funcional da impessoalização discursivo-pragmática, da construção gramatical de impessoalização. Esse estudo descreve, com base no Sociofuncionalismo, o aumento da frequência da recorrência a instâncias da microconstrução com ter-se num intervalo de tempo e os condicionamentos da variação (estável) de usos desse padrão gramatical com os da microconstrução com o verbo haver: a área acadêmica e a semântica de SN, por exemplo. A mudança que se nota na microconstrução ter-se SN decorre da cristalização sintática de seus componentes e da associação de sua extensão de sentido indefinido com uma extensão de sentido impessoal (existencial ou apresentacional), o que propicia sua equivalência funcional com construções com haver e sua atuação como estratégia discursivo-pragmática que possibilita tornar opaca a presença do enunciador. Os resultados advêm de análise estatística e qualitativa de usos detectados em textos acadêmicos de áreas distintas do conhecimento. Tencionase, em última instância, contribuir também para a discussão teórica sobre o lugar da variação em estudos sob a ótica da ramática das Construções, que, até então, se tem voltado para o fenômeno da mudança linguística.
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