Princípio de saliência fônica: isso não soa bem
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.2.17892Palavras-chave:
Saliência fônica, Concordância verbal de terceira pessoa do plural, Problema de restrição, Problema de Avaliação.Resumo
No presente trabalho, tratamos do conceito de Saliência fônica, fundamentados nos estudos relativos ao comportamento variável da concordância verbal de terceira pessoa do plural (eles comem ~ eles comeØ, eles falam ~ eles falaØ) e da redução e/ou desnasalização de ditongos nasais átonos finais (com[ẽỹ] ~ com[ɪ̃] ~ com[ɪ]; fal[ɐ̃w̃] ~ fal[ῦ] ~ fal[ʋ]). Para discutir a Saliência fônica, investigamos e confrontamos as posições assumidas frente à variável por Naro e Lemle (1976), Lemle e Naro (1977), Guy (1981), Naro (1981) e Nicolau (1984, 1995). Os estudos referidos foram selecionados em virtude de contemplarem ao menos um dos seguintes critérios: (i) terem proposto diferentes definições para a variável (NARO, LEMLE, 1976; LEMLE, NARO, 1977); (ii) terem estabelecido parâmetros diferenciados para a medição hierárquica da Saliência fônica (LEMLE, NARO, 1977; GUY, 1981; NARO, 1981); (iii) terem rejeitado parcial/completamente a variável (GUY, 1981; NICOLAU, 1984, 1995). Na etapa subsequente, assumimos uma postura crítica perante as acepções adotadas pelos estudos, apontando questões obscuras que necessitam de um exame mais acurado. Por fim, acomodamos essa discussão no quadro da Teoria da Variação e Mudança (WLH, 1968; LABOV, 1972, 1982, 1994, 2010), dando especial destaque à intrínseca relação entre a Saliência fônica e os problemas da restrição e da avaliação.
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