Debucalização e Fonologia Autossegmental
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2014.2.17887Palavras-chave:
Debucalização, Teoria Fonológica, Fonologia Autossegmental.Resumo
O presente trabalho investiga questões relacionadas à Debucalização e à Teoria Fonológica. Para tanto, são analisados diferentes dialetos no intuito de justificar a relevância do processo nas línguas e descrever as motivações fonéticas propícias para o aparecimento do segmento laríngeo [h]. Nesse caso, é investigado o comportamento das consoantes fricativas alveolares e pós-alveolares ([s], [z], [S] e [Z]), através de análises sincrônicas que justifiquem o processo de variação/mudança desses segmentos para uma consoante fricativa glotal [h]. Foi feita uma leitura desse processo com base na Fonologia Autossegmental, passando por modelos anteriores, como o Estruturalismo e o Gerativismo. O modelo de Geometria de Traços, proposto por Clements e Hume (1995), o mais usado no Brasil, não contempla a debucalização porque, ao perder o nó cavidade oral, o traço [contínuo] não encontra uma ancoragem na representação arbórea, o que faz com que a configuração geométrica fira determinados princípios da teoria. Motivados por isso, são discutidos os conceitos do traço [contínuo], de segmentos consonantais e vocálicos, defendidos pela teoria e seu papel nas oposições fonológicas das línguas.Downloads
Referências
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