QUID EST VERITAS? - A CRÍTICA AO REALISMO DA LINGUAGEM EM NIETZSCHE
Resumo
A perspectiva realista da linguagem elaborada por Platão considera que as palavras e conceitos representam entidades absolutas, abstratas, independentes da mente humana. A crítica de Nietzsche a esta referida concepção consiste na hipótese de que as palavras que constituem o vocabulário cotidiano e a própria estrutura da gramática não expressam uma essência interna subsistente. Pretendendo destruir os alicerces axiológicos da concepção metafísica da linguagem, Nietzsche considera que a linguagem é uma mera convenção, desenvolvida para facilitar o domínio do homem gregário sobre a natureza. As palavras são apenas denominações concedidas aos objetos para que se evite a desordem dos discursos, o que aproxima o filósofo da teoria nominalista da linguagem. Para Nietzsche, se as palavras e o aparato da linguagem não expressam as essências das coisas, não é possível conceder à verdade um caráter metafísico, mas sim um estatuto condicionado pelas necessidades humanas e circunstanciais, relativas ao conjunto de valores e idéias que constituem a visão de mundo do grupo dominante que estabelece os códigos lingüísticos. Como superação do realismo platônico, Nietzsche propõe o perspectivismo da linguagem, considerando que não existe um discurso ou verdades absolutas, mas somente interpretações singulares sobre as coisas. Esta pesquisa, portanto, pretende elucidar as reflexões empreendidas por Nietzsche acerca da natureza da linguagem, demonstrando seu posicionamento crítico perante esta questão e a proposta do perspectivismo como possibilidade de superação do dogmatismo na filosofia.Downloads
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Publicado
2009-06-20
Como Citar
Bittencourt (UFRJ), R. N. (2009). QUID EST VERITAS? - A CRÍTICA AO REALISMO DA LINGUAGEM EM NIETZSCHE. Intuitio, 2(1), 181–200. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/intuitio/article/view/5329
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Artigos
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