A Igreja tinha razão?
A irracionalidade de Galileu na visão de Paul Feyerabend
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2021.1.39283Palavras-chave:
Irracionalidade, Igreja, Feyerabend, GalileuResumo
O presente artigo tem por objetivo investigar o caso Galileu sob a perspectiva feyerabendiana. O julgamento de Galileu recebe um lugar de destaque na história da ciência, principalmente, tratando-se de seus desdobramentos políticos. Com efeito, a comunidade científica e a academia caracterizam um Galileu injustiçado, enquanto a Igreja é representada como a inimiga da ciência na história. Este trabalho visa a perscrutar alguns pontos importantes da filosofia feyerabendiana. Em primeiro lugar, será discutido o problema da racionalidade em face ao progresso da ciência. Nessa parte, Feyerabend faz uma defesa dos procedimentos irracionais para o escopo científico. Em seguida, será examinado a relação entre ciência e ideologia, uma vez que a ciência possui certa predominância sobre as demais áreas. Por fim, nossa discussão é direcionada ao caso de Galileu, pois Feyerabend, ao analisar a história da ciência e o julgamento de Galileu, percebe que a Igreja estava mais próxima da razão do que Galileu. Para Feyerabend, a teoria galileana estava fora do alcance da experiência e da observação, assim a justificativa do físico era insuficiente para corroborar suas teses. Além disso, os agentes inquisitoriais alertaram sobre as possíveis implicações de Galileu em divulgar sua teoria. O físico cumpre duas partes importante na filosofia feyerabendiana: a complexidade das narrativas históricas e a defesa de procedimentos irracionais no desenvolvimento da ciência.
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