Entre a Sucessão e a Simultaneidade: A Causalidade em F.H Jacobi
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.2.31546Palavras-chave:
Causalidade, Eternidade, Imaginação, Razão, DeusResumo
Este trabalho pretende analisar a maneira como Jacobi em seu David Hume über den Glauben oder Idealismus und Realismus (1787) utiliza-se da argumentação espinosiana na solução da problemática cética apresentada por David Hume com relação à possibilidade de ligação causal entre entes inteiramente diferentes. Sem apelo à razão pura kantiana, ele serve-se, para tal, da noção de Espinosa de razão. Por meio dela, torna-se possível deduzir um conceito de causalidade válido universalmente a partir do campo físico, e assim construir uma resposta a imaginação, âmbito responsável pela falsidade, uma vez que é incapaz de apreender a totalidade das relações causais que se faz presente apenas na eternidade de acordo com a concepção espinosiana. Para ambos, portanto, a realidade efetiva configura-se como um todo simultâneo, sendo a sucessão, mera ilusão. A concordância com Espinosa, todavia se desfaz no que tange à origem da própria experiência. Jacobi caracteriza-a como matéria de fé, assentando-a em um Deus transcendente, fundamento do que ele chamou de vida, um complexo abrangendo sujeito, objeto e sua relação. Uma compreensão radicalmente dispare da imanência apresenta por Espinosa na sua Ethica More Geometrico Demonstrata (1677).Downloads
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