Realidade e valores de verdade no Tractatus de Wittgenstein: uma defesa de uma concepção realista dos objetos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2014.2.17543Palavras-chave:
Tractatus logico-philosophicus, OntologiaResumo
No Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein procura explicar o modo pelo qual as proposições adquirem o sentido que expressam. A abordagem deste tema ganha a forma de uma investigação acerca da natureza essencial da representação, e essa investigação, por sua vez, leva a teses acerca das propriedades essenciais da realidade representada. Segundo a leitura denominada realista, essas teses incluem a postulação de objetos simples que seriam, em um certo sentido, independentes da linguagem. Pode-se dizer então que essa leitura defende uma concepção realista dos objetos do Tractatus, e atribui à obra teses que enunciariam as propriedades últimas de um domínio real independente. Já os proponentes da leitura denominada antirrealista recusam uma concepção realista dos objetos e, por conseguinte, recusam que o Tractatus contenha teses acerca de um domínio real independente, pois eles sustentam que essas teses dizem respeito apenas à ordem lógica dos nossos sistemas de representação preservada na realidade representada. Essas duas leituras baseiam suas posições em suas respectivas interpretações acerca do modo como, segundo o Tractatus, os sentidos proposicionais são estabelecidos. Neste artigo, procuro mostrar que essas duas interpretações acerca dos mecanismos de determinação do sentido proposicional encontram apoio textual, mas que a resposta para a questão de se o Tractatus possui, ou não, uma concepção realista dos objetos e teses acerca de um domínio real independente não depende de qual delas é a correta. Isso porque apenas em uma leitura realista é possível explicar a possibilidade de um valor de verdade para as proposições.
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