Nietzsche e Prinz

Uma hipótese compatibilista das abordagens cognitivas e não cognitivas na filosofia das emoções

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2023.1.43798

Palavras-chave:

emoção, sentimento, avaliação, disposição, Nietzsche, Prinz

Resumo

O objetivo do texto é não apenas explicar a contribuição da filosofia de Nietzsche no atual debate em torno da filosofia das emoções, por meio da aproximação teórica com o emocionismo de Jesse Prinz – especialmente da abordagem das emoções entendidas como sentimento –, mas, sobretudo, defender a tese da compatibilidade da abordagem cognitiva e não cognitiva das emoções. Assim, se por um lado, emoções são acompanhadas de sinais somáticos, por outro lado, emoções também representam preocupações (Prinz) ou avaliações (Nietzsche) sobre algo no mundo. A tese compatibilista auxilia na solução de duas sérias objeções ao sentimentalismo: a determinação do conteúdo das emoções e a individualização das experiências emocionais. Essa conclusão é mais bem compreendida, além disso, por meio da hipótese disposicional.

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Biografia do Autor

Jorge Luiz Viesenteiner, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil.

Doutor em filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas, SP, Brasil; com pós-doutorado na Radboud University Nijmegen, na Holanda e na Universität Stuttgart, na Alemanha. Professor do Departamento e da Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória, ES, Brasil.

Vinícius F. Apolinário, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil.

Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo, (UFES), em Vitória, ES, Brasil.

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Publicado

2023-04-12

Como Citar

Viesenteiner, J. L., & F. Apolinário, V. (2023). Nietzsche e Prinz: Uma hipótese compatibilista das abordagens cognitivas e não cognitivas na filosofia das emoções. Veritas (Porto Alegre), 68(1), e43798. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2023.1.43798

Edição

Seção

Epistemologia & Filosofia da Linguagem