A maturidade simbólica

Da ciência ao mito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2020.3.35275

Palavras-chave:

Mito, Ciência, Símbolo, Mente, Linguagem

Resumo

O presente estudo tem por objetivo demonstrar que o mito, não a ciência, expressa a mais elevada aplicação e atividade da mente humana. Para tanto, é preciso compreender a natureza da razão científica em sua delimitação/limitação conceitual dos fenômenos, o que impossibilita à ciência uma descrição científica da realidade em sua concretude. As contribuições da moderna epistemologia servem-nos aqui de base para uma compreensão da natureza das investigações científicas. Diante de tais contribuições, a ciência se apresenta como dependente de um discurso que alcance a totalidade vivenciada pelos seres humanos, discurso que terá de ser simbólico. O símbolo é a operação essencial do pensamento humano em vista da totalidade do ser, como dizer e agir. Com isso, tornar-se claro de que modo qualquer atividade científica e conceitual depende, em última instância, de uma cosmovisão mitológica que lhe ofereça sua moldura de compreensão e de sentido, a partir da qual ela pode ser vivenciada pela cultura humana.

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Biografia do Autor

Cesar Augusto Mathias de Alencar, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá, AP, Brasil.

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) em Macapá, AP, Brasil.

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Mathias de Alencar, C. A. (2020). A maturidade simbólica: Da ciência ao mito. Veritas (Porto Alegre), 65(3), e35275. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2020.3.35275

Edição

Seção

Epistemologia & Filosofia da Linguagem