Gênese e Conquista do Conceito de Filosofia Cosmopolita de Kant

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2023.1.44016

Palavras-chave:

Filosofia, Cosmopolitismo, Gênese

Resumo

Este artigo pretende mostrar a gênese e a conquista do conceito de filosofia cosmopolita de Kant ao longo do seu período pré-crítico. Esse conceito foi erigido por meio das pesquisas de Kant tanto sobre o que significava filosofar na Antiguidade quanto sobre a pretensão de encontrar um método que resolvesse o problema da cientificidade da metafísica. Defende-se que tal conceito é o principal elemento que dota sua filosofia de organicidade, de maneira a conceder coerência lógica ao longo de toda a reflexão crítica: da Crítica da razão pura até o Opus Postumum, Kant conserva os conteúdos e a forma de tal conceito, na medida em que este interessa a todos os humanos, pois visa à consecução de fins racionais aplicados à resolução dos problemas humanos. A investigação, portanto, divide-se em três tópicos: (I) a reflexão das décadas de 1740 e 1750; (II) o problema do método em fi losofi a próprio à década de 1760; e, finalmente, (III) a formulação do conceito de filosofia cosmopolita ao longo da década de 1770, formulação que subjaz à costura dos fundamentos do projeto crítico.

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Biografia do Autor

José Henrique Alexandre de Azevedo, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil.

Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará, Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará, Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas com estágio sanduíche na Hong Kong Baptist University (Hong Kong/China). Foi professor da Faculdade Católica de Fortaleza (Seminário da Prainha); atualmente, é professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil) da mesma universidade.

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Publicado

2023-11-24

Como Citar

Alexandre de Azevedo, J. H. (2023). Gênese e Conquista do Conceito de Filosofia Cosmopolita de Kant. Veritas (Porto Alegre), 68(1), e44016. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2023.1.44016

Edição

Seção

Ética e Filosofia Política