O papel da simulação na prática cirúrgica e a criação de uma nova ferramenta para treinamento neurocirúrgico

Autores

  • Giselle Coelho Departamento de Neurocirurgia- Hospital Santa Marcelina Diretoria Científica - SIEDI http://orcid.org/0000-0001-9288-0356
  • Liana Beni Adami Department of Pediatric Neurosurgery, Dana Children s Hospital, Tel Aviv Sourasky Medical Center .
  • Nelci Zanon Neurocirurgiã CENEPE Neurocirurgiã Hospital Samaritano

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.1.29129

Palavras-chave:

simulação, neurocirurgia, educação médica, craniossinostose, curva de aprendizado.

Resumo

OBJETIVOS: Testar uma nova ferramenta para educação neurocirúrgica, um "quebra-cabeça" para simular a correção cirúrgica de craniossinostose (especificamente escafocefalia), usando a técnica "H" de Renier.

MÉTODOS: O modelo do crânio foi criado por meio da obtenção de imagens de tomografia computadorizada multi slice (camadas de 1 mm) no formato Digital Imaging and Communications in Medicine (DICOM). Essas imagens foram então processadas usando um algoritmo computadorizado para gerar um modelo tridimensional em resina. O quebra-cabeça e suas possibilidades de treinamento foram avaliados qualitativamente por uma equipe de neurocirurgiões especialistas. Após, os especialistas avaliaram a aplicação da ferramenta para residentes em neurocirurgia e os residentes também avaliaram a experiência.

RESULTADOS: Participaram da avaliação cinco especialistas neurocirurgiões e 10 residentes em neurocirurgia. Todos consideraram a ferramenta positiva para o treinamento proposto. Os especialistas fizeram observações sobre o quanto o modelo pode ser interessante por instigar a compreensão dos porquês das etapas cirúrgicas e como atuar em cada uma delas. Segundo a percepção dos especialistas, após o uso do modelo os residentes apresentaram melhor clareza na visualização tridimensional do passo a passo, indiretamente auxiliando na compreensão da técnica cirúrgica. Além disso, ressaltaram uma notável redução de erros a cada tentativa de montagem do quebra-cabeça. Os residentes consideraram ser um método de ensino que torna a avaliação objetiva e clara. Entre os entrevistados, a nota fornecida ao simulador teve média de 9,9.

CONCLUSÕES: O quebra-cabeça em formato de crânio mostrou-se uma ferramenta complementar para o ensino, que permite diferentes graus de imersão e realismo. Fornece uma noção de realidade física, oferecendo informações simbólicas, geométricas e dinâmicas, com rica visualização tridimensional. O uso do simulador pode, potencialmente, abreviar e melhorar a curva de aprendizado dos neurocirurgiões, de uma forma segura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giselle Coelho, Departamento de Neurocirurgia- Hospital Santa Marcelina Diretoria Científica - SIEDI

Neurocirurgiã Pediátrica Hospital Santa Marcelina/ São Paulo SP Brasil

 

Diretora Científica SIEDI /São Paulo SP Brasil

Liana Beni Adami, Department of Pediatric Neurosurgery, Dana Children s Hospital, Tel Aviv Sourasky Medical Center .

Neurocirurgiã do Children's Hospital de Telaviv Medical Center.

Referências

McGaghie WC, Issenberg SB, Barsuk JH, Wayne DB. A critical review of simulation-based mastery learning with translational outcomes. Med Educ. 2014;48:375-85. https://doi.org/10.1111/medu.12391

Coelho G, Zanon N, Warf B. The role of simulation in neurosurgery Childs Nerv Syst. 2014;30:1997-2000. https://doi.org/10.1007/s00381-014-2548-7

Dutta S, Krummel TM. Simulation: a new frontier in surgical education. Adv Surg. 2006;40:249-63. https://doi.org/10.1016/j.yasu.2006.06.004

Franzese CB, Stringer SP. The evolution of surgical training: perspectives on educational models from the past to the future. Otolaryngol Clin North Am. 2007;40:1227-35. https://doi.org/10.1016/j.otc.2007.07.004

Dunnington G, Reisner L, Witzke D, Fulginiti J. Structured single-observer methods of evaluation for the assessment of ward performance on the surgical clerkship. Am J Surg. 1990;159:423-426. https://doi.org/10.1016/S0002-9610(05)81289-9

Ferenchick G, Simpson D, Blackman J, DaRosa D, Dunnington G. Strategies for efficient and effective teaching in the ambulatory care setting. Acad Med. 1997;72:277-80. https://doi.org/10.1097/00001888-199704000-00011

McGregor DB, Arcomano TR, Bjerke HS, Little AG.Problem orientation is a new approach to surgical education. Am J Surg. 1995;170: 656-8. https://doi.org/10.1016/S0002-9610(99)80036-1

Zymberg ST, Cavalheiro S. Neuroendoscopia. A propósito de 30 casos. Rev Neuroc. 1996;4:57-62.

Barnes RW, Lang NP, Whiteside MF. Halstedian technique revisited. Innovations in teaching surgical skills. Ann Surg. 1989;210:118-21. https://doi.org/10.1097/00000658-198907000-00018

Gorman PJ, Meier AH, Krummel TM. Simulation and virtual reality in surgical education: real or unreal? Arch Surg. 1999;134:1203-8. https://doi.org/10.1001/archsurg.134.11.1203

Reznick RK. Teaching and testing technical skills. Am J Surg. 1993;165:358-61.

https://doi.org/10.1016/S0002-9610(05)80843-8

Lee BS, Hwang LS, Doumit GD, Wooley J, Papay FA, Luciano MG, Recinos VM. Management options of non-syndromic sagittal craniosynostosis. J Clin Neurosci. 2017 May;39:28-34. https://doi.org/10.1016/j.jocn.2017.02.042

Morris LM. Nonsyndromic Craniosynostosis and Deformational Head Shape Disorders. Facial Plastic Surgery Clinics of North America. 2016 Nov;24(4):517-30. https://doi.org/10.1016/j.fsc.2016.06.007

Chummun S, McLean NR, Flapper WJ, David DJ. The Management of Nonsyndromic, Isolated Sagittal Synostosis. Journal of Craniofacial Surgery. 2016 Mar;27(2):299-304. https://doi.org/10.1097/SCS.0000000000002363

Hwang S-K, Park K-S, Park S-H, Hwang SK. Update of Diagnostic Evaluation of Craniosynostosis with a Focus on Pediatric Systematic Evaluation and Genetic Studies. Journal of Korean Neurosurgical Society. 2016;59(3):214. https://doi.org/10.3340/jkns.2016.59.3.214

Di Rocco F, Knoll BI, Arnaud E, Blanot S, Meyer P, Cuttarree H, et al. Scaphocephaly correction with retrocoronal and prelambdoid craniotomies (Renier's "H" technique). Childs Nerv Syst. 2012 Aug 8;28(9):1327-3. https://doi.org/10.1007/s00381- 012-1811-z

Coelho G, Warf B, Lyra M, Zanon N. Anatomical pediatric model for craniosynostosis surgical training. Childs Nerv Syst. 2014 Dec;30(12):2009-14. https://doi.org/10.1007/s00381-014-2537-x

Aggarwal R, Ward J, Balasundaram I, Sains P, Athanasiou T, Darzi A. Proving the effectiveness of virtual reality simulation for training in laparoscopic surgery. Ann Surg. 2007;246:771-9. https://doi.org/10.1097/SLA.0b013e3180f61b09

Stone S, Bernstein M. Prospective error recording in surgery: an analysis of 1108 elective neurosurgical cases. Neurosurgery. 2007;60:1075-80. https://doi.org/10.1227/01.NEU.0000255466.22387.15

Rosser JC Jr, Gentile DA, Hanigan K, Danner O. The effect of video game "warm-up" on performance of laparoscopic surgery tasks. JSLS. 2012;16:3-9. https://doi.org/10.4293/108680812X13291597715664

Birkmeyer JD, Finks JF, O'Reilly A, Oerline M, Carlin AM, Nunn AR, Dimick J, Banerjee M, Birkmeyer NJ; Michigan Bariatric Surgery Collaborative. Surgical skill and complication rates after bariatric surgery. N Engl J Med. 2013 Oct 10;369(15):1434-42. https://doi.org/10.1056/NEJMsa1300625

Robinson AR 3rd1, Gravenstein N, Cooper LA, Lizdas D, Luria I, Lampotang S.A mixed-reality part-task trainer for subclavian venous access. Simul Healthc. 2014 Feb;9(1):56-64. https://doi.org/10.1097/SIH.0b013e31829b3fb3

Bambakidis NC, Selman WR, Sloan AE. Surgical rehearsal platform: Potential uses in microsurgery. Neurosurgery. 2013;73(Suppl 1):122-6. https://doi.org/10.1227/NEU.0000000000000099

Clarke DB, D'Arcy RC, Delorme S, Laroche D, Godin G, Hajra SG, et al. Virtual reality simulator: Demonstrated use in neurosurgical oncology. Surg Innov. 2013;20:190-7. https://doi.org/10.1177/1553350612451354

Kotsis SV, Chung KC. Application of the "see one, do one, teach one" concept in surgical training. Plast Reconstr Surg. 2013;131:1194-201. https://doi.org/10.1097/PRS.0b013e318287a0b3

Cobb MI1, Taekman JM, Zomorodi AR, Gonzalez LF3, Turner DA3. Simulation in Neurosurgery-A Brief Review and Commentary. World Neurosurg. 2016 May; 89:583-6. https://doi.org/10.1016/j.wneu.2015.11.068

Larnpotang S, Lizdas D, Rajon D, Luria I, Gravenstein N, Bisht Y, Schwab W, Friedman W, Bova F, Robinson A. Mixed Simulators: Augmented Physical Simulators With Virtual Underlays. Orlando, FL: Proceedings of the IEEE Virtual Reality; 2. https://doi.org/10.1109/VR.2013.6549348

Green ML, Aagaard EM, Caverzagie KJ, Chick DA, Holmboe E, Kane G, Smith CD, Iobst W. Charting the road to competence: developmental milestones for internal medicine residency training. J Grad Med Educ. 2009 Sep;1(1):5-20. https://doi.org/10.4300/01.01.0003

Hicks PJ, Englander R, Schumacher DJ, et al. Pediatrics milestone project: next steps toward meaningful outcomes assessment. J Grad Med Educ 2010;2:577Y584. https://doi.org/10.4300/JGME-D-10-00157.1

Alaraj A, Lemole MG, Finkle JH, Yudkowsky R, Wallace A, Luciano C, et al. Virtual reality training in neurosurgery: Review of current status and future applications. Surg Neurol Int. 2011;2:52. https://doi.org/10.4103/2152-7806.80117

Figura 2: Impressão 3D do Quebra- Cabeça, evidenciando os locais das possibilidades de osteotomias.

Downloads

Publicado

2018-03-29

Como Citar

Coelho, G., Adami, L. B., & Zanon, N. (2018). O papel da simulação na prática cirúrgica e a criação de uma nova ferramenta para treinamento neurocirúrgico. Scientia Medica, 28(1), ID29129. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.1.29129