A diagramática das plataformas digitais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2021.1.40024

Palavras-chave:

Plataformas Digitais, Diagrama de Controle, Modulação

Resumo

Os modelos corporativos vigentes de plataformas digitais, e seus data centers, são formidáveis máquinas de acelerar e controlar fluxos, energias, investimentos e especulações. Esquadrinhamos a natureza diagramática das plataformas – virtual e informe, baseada em forças antitéticas, administrando-servindo vidas em plenas “liberdades de expressão” –, tendo por fundamento os quatro mecanismos de modulação formulados por David Savat: o reconhecimento de padrões, a antecipação de atividades, a organização de antíteses e a programação de fluxos. A partir disso, estabelecemos hipóteses, teses e reflexões acerca do poder das plataformas, de disrupção, de povoamento do tempo e de controles distribuídos, e suas diferentes problemáticas associadas. Isso nos leva a discutir o usuário satisfeito, consignado e resignado, e os limites do uso de termos como manipulação, responsabilidade e privacidade.

Sur la diagrammatique des plateformes numériques

Les actuels modèles des plateformes numériques, et leurs centres des donnés, sont formidables machines pour accélérer et contrôler les flux, énergies, investissements et spéculations. La présente étude examine la nature de ces plateformes (virtuelles et non formées, fondés sur des forces antithétiques, gérant-servant des vies en pleines «libertés d’expression»), sur la base des quatre mécanismes de modulation formulés par David Savat: reconnaissance de formes, anticipation de activités, organisation des antithèses et programmation des flux. À partir de là, nous établissons des hypothèses, des thèses et des réflexions indispensables sur leur pouvoir des plateformes – la disruption, le reglèment du temps, les contrôles distribués, et leurs différents problèmes associés. Cela nous amène à discuter de l’utilisateur satisfait, consigné et résigné, et des limites de l’utilisation de termes tels que manipulation, responsabilité et privacité.

Mots clés: Plateformes Numériques. Diagramme du Pouvoir. Modulation.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ednei de Genaro, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Pontes e Lacerda, MT, Brasil.

Doutor em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ, Brasil, com período sanduíche no Institut de Recherche et d’Innovation (IRI – Centre Pompidou - Paris); mestre em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, SC, Brasil; professor interino da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), em Pontes e Lacerda, MT, Brasil.

Gustavo Denani, Ottawa University (uOttawa), Ottawa, Ontario, Canada.

Mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP, Brasil; doutorando em Antropologia pela Universidade de Ottawa (uOttawa), em Ottawa, Ontario, Canada.

Referências

BRUNO, Fernanda. Dispositivos de vigilância no ciberespaço: duplos digitais e identidades simuladas. Revista Fronteiras: estudos midiáticos, São Leopoldo, v. 8, n. 2, p. 152-159, maio 2006.

CHUN, Wendy Hui Kyong. Updating to Remain the Same: Habitual New Media. Cambridge: The MIT Press, 2016.

COCCIA, Emanuele. O Bem nas Coisas: a publicidade como discurso moral. Lisboa: Documenta, 2016.

COMITÊ INVISÍVEL. Aos nossos amigos: crise e insurreição. São Paulo: N-1 Edições, 2016.

DARVILLE, Jordan. Spotify CEO Daniel Ek says working musicians may no longer be able to release music only “once every three to four years”. In: The Fader. Nova Iorque, 30 jul. 2020. Disponível em: https://www.thefader.com/2020/07/30/spotify-ceo-daniel-ek-says-working-musicians-can-no-longer-release-music-only-once-every-three-to-four-years. Acesso em: 3 abr. 2021.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 2010.

DELEUZE, Gilles. Conversações, 1972-1990. São Paulo: Ed. 34, 1992.

GALLOWAY, Alexander R. The Poverty of Philosophy: Realism and Post-Fordism. Critical Inquiry, Chicago, v. 39, n. 2, p. 347-366, Winter 2013.

HARARI, Yuval Noah. Why Technology Favors Tyranny. In: The Atlantic, Oct. 2018. Disponível em: https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2018/10/yuval-noah-harari-technology-tyranny/568330. Acesso em: 3 abr. 2021.

LAZZARATO, Maurizio. Signos, máquinas, subjetividades. São Paulo: N-1 Edições, 2014.

MALABOU, Catherine. What Should We Do With Our Brain? New York: Fordham University Press, 2009.

MASSUMI, Brian. Parables for the Virtual: Movement, Affect, Sensation. Durham: DUP, 2002.

McQUEEN, Sean. Deleuze and Baudrillard: From Cyberpunk to Biopunk. Edinburgh: EUP, 2016.

NOBLE, Safiya Umoja. Algorithms of Oppression: How Search Engines Reinforce Racism. Nova Iorque: New York University Press, 2018.

PASQUINELLI, Matteo. Google’s PageRank Algorithm: A Diagram of the Cognitive Capitalism and the Rentier of the Common Intellect. In: BECKER, Konrad; STALDER, Felix (org.). Deep Search: The Politics of Search Beyond Google. London: Transaction Publishers, 2009. p. 133-151.

ROUVROY, Antoinette; BERNS, Thomas. Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? Revista ECO-Pós, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 36-56, jun. 2015.

SAVAT, David. Deleuze’s objectile: from discipline to modulation. In: POSTER, Mark; SAVAT, David. Deleuze and New Technology. Edinburgh: EUP, 2009. p. 45-62.

SAVAT, David. The Uncoding the Digital: Technology, Subjectivity and Action in the Control Society. New York: Palgrave Macmillan, 2013.

SULLEYMAN, Aatif. Netflix’s biggest competition is sleep, says ceo reed hastings. In: The Independent. Londres, 19 abr. 2017. Disponível em: https://www.independent.co.uk/life-style/gadgets-and-tech/news/netflix-downloads-sleep-biggest-competition-video-streaming-ceo-reed-hastings-amazon-prime-sky-go-now-tv-a7690561.html. Acesso em: 3 abr. 2021.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Como Citar

de Genaro, E., & Denani, G. (2021). A diagramática das plataformas digitais. Revista FAMECOS, 28(1), e40024. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2021.1.40024

Edição

Seção

Cibercultura