Desempenho discriminatório de variáveis antropométricas na identificação de fragilidade em idosos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/2357-9641.2015.2.22393

Palavras-chave:

Envelhecimento, Envelhecimento Demográfico, Índices, Antropometria, Idoso Fragilizado, Atenção Primária à Saúde, Redes Neurais.

Resumo

O envelhecimento da população tem sido foco de muitos estudos por se tratar de uma transformação importante da sociedade e que implica uma realidade com novos desafios a serem enfrentados. O processo de envelhecimento pode ser categorizado em dois padrões: o envelhecimento normal ou envelhecimento per se ou senescência (com alterações moleculares, anatômicas e fisiológicas associadas) e o envelhecimento usual ou senilidade (associado a doenças e incapacidades). Dentre as temáticas mais abordadas atualmente, encontra-se a síndrome da fragilidade. Fragilidade é uma condição na qual o indivíduo apresenta uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de dependência, hospitalização, institucionalização, queda e mortalidade, dentre outros desfechos negativos, quando exposto a um estressor. Vários processos fisiopatológicos envolvidos na fragilidade têm estreita relação com aspectos nutricionais e de composição corporal e que, na avaliação destas condições, a antropometria se apresenta como uma técnica útil. Considerando que estágios iniciais de fragilidade são comumente observados em idosos da comunidade e que instrumentos disponíveis para a identificação de fragilidade (como o fenótipo de Fried que é amplamente utilizado) são complexos e de difícil aplicação na atenção básica, a busca por ferramentas simples torna-se importante. Na presente tese, são apresentados três artigos originais. No primeiro artigo, A EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO NO BRASIL, NAS SUAS REGIÕES E UNIDADES FEDERATIVAS NO PERÍODO DE 1970 A 2010, buscou-se abordar o índice de envelhecimento, parâmetro através do qual se avalia o processo de ampliação do segmento idoso na população total em relação à variação relativa no grupo etário jovem. Para tanto, foram pesquisados dados dos Censos Demográficos e dos Indicadores Sociais do IBGE. Evidenciou-se que a população brasileira se encontra em franco processo de envelhecimento. Para o segundo artigo, DESCRIÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E ANÁLISE DE SUA ASSOCIAÇÃO COM GÊNERO, IDADE E SÍNDROME DA FRAGILIDADE EM IDOSOS ASSISTIDOS NA ESTRA TÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: DADOS DO EMI SUS, foram analisados os dados de 583 idosos participantes de um estudo transversal denominado “Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos Atendidos na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Porto Alegre (EMI-SUS)”. Observou-se que a frequência de fragilidade (diagnosticada pelo Fenótipo de Fried) foi 21,5% e de pré-fragilidade, 51,1% e que, das 41 medidas antropométricas avaliadas, somente uma não se mostrou associada com pelo menos uma das variáveis dependentes investigadas (sexo, faixa etária ou fragilidade). No terceiro artigo, PERFORMANCE OF ANTHROPOMETRIC MEASURES IN PREDICTING FRAILTY IN ELDERLY: LOGISTIC REGRESSION AND ARTIFICIAL NEURAL NETWORK MODELS, buscou-se investigar a performance de 26 medidas antropométricas na predição de fragilidade e formular uma ferramenta para sua identificação. Foram analisados os dados de 583 idosos participantes do EMI-SUS, divididos randomicamente em uma amostra de aprendizado (n=439) e uma amostra teste (n=144). Foram utilizados modelos de regressão logística e rede neural artificial. A rede neural mostrou performance preditiva superior à regressão logística e resultou em uma ferramenta confiável na identificação de fragilidade em idosos. As medidas antropométricas peso, dobra cutânea bicipital, diâmetro abdominal sagital e circunferência da cintura, agrupadas, mostraram-se bons preditores de fragilidade em idosos.

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Biografia do Autor

Vera Elizabeth Closs, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduada em Nutrição (2008) e Administração de Empresas (2000) pela PUCRS. Mestre (2011) e Doutora em Gerontologia Biomédica pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (2015). Consultora na área de pesquisa, pesquisadora integrante do Grupo de Estudos em Risco Cardiometabólico, Envelhecimento e Nutrição (GERICEN) junto ao Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS e Coordenadora Científica do Grupo de Interesse em Nutrição da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia-RS.

Carla Helena Augustin Schwanke, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Geriatrician, Doctorate in Biomedical Gerontology, Adjunct Professor of the Graduate Program in Biomedical Gerontology, Institute of Geriatrics and Gerontology, Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul (IGG-PUCRS), Av. Ipiranga, 6690-219, CEP: 90610-000, Porto Alegre - RS – Brazil.

Referências

CLOSS, Vera Elizabeth. Desempenho discriminatório de variáveis antropométricas na identificação de fragilidade em idosos. 2015. Tese (Doutorado em Gerontologia Biomédica) – Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 27.08.2015.

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Publicado

2016-03-14

Como Citar

Closs, V. E., & Schwanke, C. H. A. (2016). Desempenho discriminatório de variáveis antropométricas na identificação de fragilidade em idosos. PAJAR - Pan-American Journal of Aging Research, 3(2), 75–76. https://doi.org/10.15448/2357-9641.2015.2.22393

Edição

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