Tipos de delineamento de pesquisa de estudos publicados em periódicos odontológicos brasileiros

Autores

  • Geraldo José de Oliveira
  • Evelyn Soares de Oliveira
  • Cláudio R. Leles

Resumo


Os estudos científicos têm diferentes potenciais de influenciar práticas clínicas devido aos aspectos metodológicos do seu delineamento. A escolha do tipo de estudo mais adequado deve ser baseada no objetivo da pesquisa e em fatores práticos como questões éticas, amostra, tempo, custos e recursos disponíveis. O presente estudo tem o objetivo de avaliar a prevalência dos diferentes tipos de estudos na literatura odontológica brasileira. Foram avaliados 28 títulos de periódicos nacionais cujos fascículos compreendiam, total ou parcialmente, o período entre 1993 e 2003. Todos os 5.453 artigos publicados nos 564 fascículos selecionados foram referenciados e submetidos à classificação do tipo de delineamento empregado, a partir de critérios predefinidos e formulário próprio para a avaliação. Os resultados mostraram as seguintes freqüências: 1.341 (24,6%) pesquisas laboratoriais in vitro; 1.302 (23,9%) revisões narrativas da literatura; 1.064 (19,5%) relatos de caso; 862 (15,8%) estudos descritivos (transversal ou de prevalência); 351 (6,4%) ensaios clínicos; 242 (4,4%) séries de casos; 188 (3,4%) pesquisas em animais; 36 (0,7%) estudos coorte ou caso-controle; 4 (0,1%) revisões sistemáticas ou metanálise; e 63 (1,2%) não foram classificáveis. O resultado mostrou que a maioria dos artigos publicados refere-se a estudo de baixo potencial de estabelecer evidências diretamente aplicáveis à prática clínica (pesquisa laboratorial in vitro, revisões narrativas e relatos de caso). O baixo número de estudos com maior força de evidência ressalta a necessidade de ampliação do conhecimento de métodos baseados em evidências entre os pesquisadores brasileiros.
UNITERMOS: publicação; delineamento de pesquisa; periódicos odontológicos.

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Publicado

2007-03-20

Edição

Seção

Artigo Original