A A formação do leitor literário a partir da emancipação para Jacques Rancière e da concepção de sociedade do espetáculo de Guy Debord
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44660Palavras-chave:
Formação do Leitor, Leitura Literária, Sociedade do Espetáculo, EmancipaçãoResumo
Este estudo busca compreender e analisar como a formação do leitor literário ocorre a partir das implicações da sociedade do espetáculo, um conceito de Guy Debord (2003), e da emancipação sob a perspectiva de Jacques Rancière (2019). Ao considerar a importância da leitura literária para a formação dos indivíduos, problematizaram-se algumas situações que poderão ou não contribuir para o desenvolvimento do sujeito leitor. Relacionadas ao conceito de espetáculo, essas situações foram analisadas por meio de pesquisa bibliográfica, qualitativa e reflexiva. Os livros A sociedade do espetáculo, de Debord, e O mestre ignorante, de Rancière, foram a base fundamental para o embasamento teórico, embora outras obras também sejam eventualmente acionadas para complementar análises de pontos específicos. O trabalho aqui realizado revelou que tanto a concepção de “partilha do sensível”, de Jacques Rancière, quanto a de “sociedade do espetáculo”, de Guy Debord, têm grande aplicabilidade para o campo da educação de modo geral e, sobretudo, para a formação do leitor literário especificamente, ainda mais quando se agrega os conceitos de Antonio Candido, que concebe o acesso à literatura como direito humano e não como privilégio de certas classes sociais. O professor emancipado e consciente dos meandros da sociedade do espetáculo colabora para a formação de leitores emancipados.
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