“E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia de repente/ E que acende a mente e o coração”

Uma sociologia das vozes que se movem nos improvisos dos cantadores de viola do Sertão em período pré-eleitoral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.2.33531

Palavras-chave:

Sociologia, poesia, Cantoria de viola, Performance, Público.

Resumo

Para além de uma poesia que reenraíza memórias as mais diversas do povo sertanejo, a atividade da cantoria de viola tornou-se também porta-voz dos anseios políticos deste povo. Esta pesquisa, de natureza quali-quantitativa e de base etnográfica, busca, a partir de um recorte de um Festival de Cantadores realizado na cidade de Buenos Aires (PE), em agosto de 2018, investigar – à luz da sociologia de Antônio Cândido – a relação estabelecida entre a tríade Autor-Obra-Público, doravante A-O-P, durante as performances dos improvisos, em um período pré-eleitoral para as eleições de 2018. Assim, pra os modelos de performance e voz segue-se o de Zumthor (1993; 2005; 2010). Por sua vez, as bases etnográficas estão em Geertz (2008). Os dados revelam que na dinâmica que se estabelece na tríade A-O-P, nos improvisos, ocorrem complexas e subjetivas relações entre cantadores e público, com este podendo interferir em todo os momentos do improviso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Vieira da Nobrega, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB.

Graduação em Letras pela Universidade Estadual da Paraíba (1994), graduação em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba (2004) e graduação em Letras-Libras pela Universidade Federal da Paraíba
(2014). Especialista em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa (UFPB - 1996); Especialista em Direito Processual Penal (Universidade Gama Filho - 2010); Mestre em Ciências da Sociedade pela Universidade Estadual da Paraíba (2003); Doutor em Linguística (Capes 06) pelo Programa de Pós-graduação em Linguística - PROLING - da Universidade Federal da Paraíba; Atualmente é professor Efetivo da Universidade Estadual da Paraíba, lotado no Campus I, Departamento de Letras e Artes (DLA) do Centro de Educação - Campina Grande (PB).

Maria Ignez Novais Ayala, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB.

Possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (1972), mestrado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1976), doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) (1983) e pós-doutorado (1990) pela Universidade de São Paulo, sempre com a orientação do Prof. Dr. João Alexandre Barbosa . É pesquisadora do CNPq desde 1988, com vários projetos concluídos e em andamento, dedicados à literatura e cultura brasileira, especialmente de tradição oral, muitos deles como bolsista nível 1 do CNPq. Também coordenou projetos com apoio de outras instituições (CAPES, IPHAN, BNB). Tem desenvolvido várias atividades de pesquisa voltadas para o patrimônio imaterial brasil eiro e d e preservação de repertório de mestres tradicionais, entre os quais o projeto de pesquisa Registros de resistência: a cultura popular tradicional em palavra, som e imagem (2ª. fase), concluído, e Saberes e fazeres não institucionais, iniciado em 2013, com a primeira fase concluída em 2016, ambos com bolsa do CNPq. Integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal da Paraíba, em que desenvolve pesquisa, ensino e orientação de doutorandos, como professora colaboradora aposentada. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura popular, literatura oral, cultura brasileira, literatura popular e literatura brasileira. Participa do Grupo de Pesquisa do CNPq: como líder, junto com Marcos Ayala, no grupo Memória e Cultura, da UFPB.

Referências

BOSI, Alfredo. Cultura Brasileira. Temas e situações. 2ª ed. São Paulo (SP): Ática, 1992.

CÂNDIDO, Antônio. Literatura e Sociedade. 9ª ed. Revista pelo autor. Rio de Janeiro (RJ): Ouro Sobre Azul, 2006.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 2008.

Jacques, Le Goff; História e Memória. (Tradução de Bernardo Leitão [et al.] – Campinas (SP): Editora da UNICAMP, 1990.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à Poesia Oral. (Tradução de Jerusa Pires Ferreira et. all). Belo Horizonte (MG): Humanitas, 2010.

ZUMTHOR, Paul. A Letra e a Voz. A Literatura Medieval. Tradução de Amálio Pinheiro e Jerusa Pires Ferreira. 1ª reimpr. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

ZUMTHOR, Paul. Escritura e Nomadismo. Cotia: Atelier Editorial, 2005.

Downloads

Publicado

2020-08-31

Como Citar

Nobrega, M. V. da, & Ayala, M. I. N. (2020). “E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia de repente/ E que acende a mente e o coração”: Uma sociologia das vozes que se movem nos improvisos dos cantadores de viola do Sertão em período pré-eleitoral. Letras De Hoje, 55(2), e33531. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.2.33531

Edição

Seção

Seção Livre