A compreensão dos familiares de pacientes portadores de germe multirresistente acerca do isolamento e das medidas de precaução

Autores

  • Raquel Barcellos Marques Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
  • Carem Gorniak Lovatto HCPA
  • Camila Piuco Prevê HCPA
  • Sônia Beatriz Coccaro de Souza UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2014.3.17367

Palavras-chave:

controle de infecção, educação em saúde, cuidadores

Resumo

Objetivo: Os germes multirresistentes (GMR) são um problema de saúde pública devido à sua crescente incidência e risco de propagação, sendo o controle da disseminação de co-responsabilidade dos visitantes e familiares. Assim sendo, essa pesquisa tem por objetivo analisar a compreensão de familiares de portadores de GMR acerca da origem da contaminação e da necessidade de isolamento em unidade para específica, e quanto ao seu entendimento acerca das medidas de precaução de contato orientadas para o cuidado.

Materiais e Métodos: Estudo descritivo e de abordagem qualitativa onde foram entrevistados oito familiares de pacientes portadores de GMR acerca do cuidado em relação às medidas preventivas orientadas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) quando internados no hospital, bem como, após a alta pra casa.

Resultados: As medidas de precaução de contato são interpretadas, por parte dos familiares, como condutas de proteção. Os familiares referem outras rotas de transmissão além da de contato, associando o GMR com as infecções apresentadas pelos pacientes na atual internação.

Conclusão: A transferência para uma unidade específica para portadores de GMR é interpretada como um ato de cuidado, pois as medidas de precaução se dão diretamente com os contaminados, mesmo que seu objetivo seja a não propagação aos outros pacientes. O GMR é interpretado como sinônimo de infecção, e assim os familiares buscam conceitos prévios de transmissibilidade para justificarem a contaminação.

Referências

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas para identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos multirresistentes. Brasília (DF): Agência Nacional de Vigilância Sanitária; 2010.

Barros E, Machado A, Sprinz E. Antimicrobianos: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed; 2013.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Investigação e controle de bactérias multirresistentes. Brasília (DF); 2007. p. 5-6.

Centers for Disease Control and Prevention and Healthcare Infection Control Advisory Committee (HICPAC): Management of Multidrug-Resistant Organisms in Healthcare Settings. MMWR. 2006;12-3.

Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecção (AMECI). Epidemiologia, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Belo Horizonte; 2013. p. 485-6.

Oliveira DL. A “nova” saúde pública e a promoção da saúde via educação: entre a tradição e a inovação. Rev. Latino-am Enfermagem. 2005; 13(3):423-31.

Freire P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1975.

Minayo MCS. O desafio do conhecimento-pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2010.

Centers for Disease Control and Prevention and Healthcare Infection Control Advisory Committee (HICPAC): Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Health Care Settings. Am J Infect Control. 2007;117-8.

Madeo M. Understanding the MRSA experience. Nurs Times. 2001; 97(30):36-7.

Oldman T. Isolated cases. Nurs Times. 1998; 94(11):67-70.

Meneses C. Processo educativo na perspectiva do cuidado domiciliar do paciente oncológico pediátrico: o olhar da família [trabalho de conclusão de curso]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Enfermagem; 2011.

Centers for Disease Control and Prevention and Healthcare Infection Control Advisory Committee (HICPAC): Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission of Infectious Agents in Health Care Settings. Am J Infect Control. 2007; 35(10 Suppl 2):S65-164.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Investigação e controle de bactérias multirresistentes. Brasília (DF); 2007. p 18-19.

Stumpfs DJ, Souza SBC, Konkewicz LR, Lovatto CG, Silva CF, Macedo ABT, Santos RP. the impact of a single ward for cohorting patients with infection due to multidrug-resistant organisms. Infect Control Hosp Epidemiol. 2013; 8:864-5.

Kirkland KB, Weinstein JM. Adverse effects of contact isolation. Lancet; 1999; 354(9185):1177-8.

Evans HL, Shaffer MM, Hughes MG, Smith RL, Chong TW, Raymond DP, Pelletier SJ, Pruett TL, Sawyer RG. Contact isolation in surgical patients: a barrier to care? Surgery. 2003; 134(2):180-8.

Downloads

Publicado

2014-12-31

Edição

Seção

Artigos Originais