Do Capitólio ao Foro. Em torno da judicialização da política no Brasil de hoje

Autores/as

  • Raúl Enrique Rojo UFRGS
  • Gabriel Eidelwein Silveira UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7718.2014.1.16551

Palabras clave:

Judicialização da política, Democracia adjudicatória, Direito de pleitear.

Resumen

Assistimos hoje no Brasil a uma transformação maior que não é nem política nem jurídica, mas cultural: o espaço próprio da democracia se desloca do capitólio ao foro como resultado de uma nova utilização do direito e da justiça por todos. A começar pelos políticos, que têm descoberto o Tribunal como um novo lugar para fazer política. É assim que a Justiça, que até aqui se tinha limitado a resolver conflitos privados, se transforma em um recurso político a disposição de quem quer que seja. E a mudança não se produz sem mal, porque as instituições judiciais não estavam preparadas para dar conta deste novo uso que delas se faz. A tradicional tolerância brasileira com a falta de efetividade do direito parece estar acabando. Especialmente a respeito das diversas figuras penais relacionadas com a corrupção (ativa e passiva) de funcionários públicos, parlamentares e juízes. Destarte, e ao cabo de processos de grande repercussão, se identifica uma nova demanda dirigida à Justiça, não tanto para reparar danos ou para sancionar uma falta penal, mas para satisfazer uma reivindicação política: ver publicamente reprovado um comportamento ou reconhecida uma dignidade escarnecida.

Biografía del autor/a

Raúl Enrique Rojo, UFRGS

Editor gerente

Gabriel Eidelwein Silveira, UFRGS

Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Doutorando em Sociologia (UFRGS)

Publicado

2014-02-13

Número

Sección

Artigos