Aristóteles e a práxis: uma filosofia do movimento

Autores

  • Lílian de Aragão Bastos do Valle Universidade Estadual do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2014.2.15563

Palavras-chave:

Aristóteles. Movimento. Autoformação. Ação. Práxis.

Resumo

Muito embora a notável influência que continua inegavelmente a exercer no campo filosófico, a obra aristotélica permanece, no que respeita à reflexão correntemente praticada no campo educacional, quase inexplorada. Buscando desfazer alguns preconceitos e desautorizar lugares-comuns que, baseados em leituras pouco confiáveis do autor, não encontram fundamento nos textos, este artigo examina como se tematiza e equaciona, em algumas de suas obras, a relação entre vida e movimento. E, muito especialmente, o movimento humano, cerne da reflexão e da prática educacionais: movimento, pois, como atividade de formação, como capacidade de autoformação e, mais amplamente, como práxis.

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Biografia do Autor

Lílian de Aragão Bastos do Valle, Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Professora titular de Filosofia da Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, graduou-se em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1978) e tem doutorado em Educação pela Université de Paris V - René Descartes (1982). Realizou dois estágios de pós-doutorado, em 1991 e 2007, na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales. Sua atuação e trabalhos concentram-se na área de Filosofia da Educação e têm como principais temas: educação democrática, o papel da filosofia da educação, autonomia e criação humana, escola pública, teoria e prática da formação humana. No campo da Filosofia da Educação, dedica-se com especial atenção às contribuições de Cornelius Castoriadis, Hannah Arendt e de Aristóteles.

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Publicado

2014-08-11

Como Citar

do Valle, L. de A. B. (2014). Aristóteles e a práxis: uma filosofia do movimento. Educação, 37(2), 263–277. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2014.2.15563

Edição

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