Societas Sceleris: cangaço e formação de bandos armados no sertão de Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2001.2.81Palavras-chave:
banditism, Pernambuco, violence, sertão, family, AntropologyResumo
No campo social que as produziu, as palavras cangaço e cangaceiro são necessariamente polissêmicas. Paradoxalmente, tanto na literatura especializada quanto na concepção dosnão especialistas no tema, aquelas palavras, em virtude das dimensões, da amplitude e da longevidade do cangaço de Lampião, tendem ao movimento inverso. Cangaço e cangaceiro passam a designar o movimento chefiado por Lampião. Apesar de a grande produção da literatura especializada no tema ter produzido alguns relatos muito completos sobre o ingresso de Lampião na vida ilegal das armas, nenhum deles o cotejou em profundidade com o meio social em que estava inserido. Assim, foi praticamente descartado o estudo sistemático das relações de parentesco e dos conflitos entre grupos familiares no Vale do Pajeú e sua indissociável mistura com as instituições estatais, impossibilitando ver em Lampião um caso entre muitos de seu tempo e compreender as relações dos grupos armados com as instituições oficiais. Proponho, verificar os modos de formação dos bandos, apontar seus componentes, as formas como se articulavam com as instituições policiais e judiciárias de sua época e como essas, em conjunção com a política eleitoral, concorriam para a produção de novos cangaceiros. Palavras-chave: banditismo; Pernambuco; violência; sertão; família; antropologia.
abstract
Societas Sceleris. Cangaço and the formation of bands in the sertão of Pernambuco, Brazil
The words cangaço and cangaceiro are necessarily polysemic in the social field in which they are produced. Paradoxically, both the literature on the subject and the common sense view of those who are not experts use those words only in reference to the movement whose leader was the bandit known as Lampião. Many books and articles on the subject have produce reports about the life of Lampião, but none of them describe with enough accuracy the social environment in which Lampião was embedded. The systematic study of kinship, of conflicts among kin groups, and of the coalescence of these groups with state institutions was virtually discarded. This perspective obscures the perception of Lampião as one case among many in his time. It also makes difficult the comprehension of the relations among bands, the modes of membership in them, as well as the forms of articulation with the police, justice, and politics, and how all of this contributes to the making of new cangaceiros. Key words: banditism, Pernambuco, violence, sertão, family, Antropology
Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2007-05-03
Como Citar
Villela, J. M. (2007). Societas Sceleris: cangaço e formação de bandos armados no sertão de Pernambuco. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 1(2), 143–164. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2001.2.81
Edição
Seção
Artigos
Licença
Copyright (c) 2016 Civitas - Revista de Ciências Sociais
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).