Caminhos da crítica

identidades, feminismos e projetos emancipatórios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.45549

Palavras-chave:

Teorias críticas, Feminismos, Emancipação, Política de identidades, Democracia.

Resumo

No cenário contemporâneo, a potência crítica das ciências sociais tem sido desafiada. De um lado, reconhecemos a democracia como arena agonística (Mouffe), em que o consenso significa sua morte. De outro, a fragmentação das demandas fragiliza as conquistas democráticas, esvaziando a ideia de emancipação. Destacamos os feminismos e os modos como lidam com o conteúdo emancipatório das políticas identitárias. Atentamos para o perigo de se confundir a afirmação das identidades com o termo identitarismos em conivência com essencialismos que podem derivar em extremismos. Buscamos, porém, demonstrar que a crítica, em sentido ecumênico, não produz um antagonismo entre emancipação e identidade, expondo em caráter preliminar a diversidade dos argumentos desde a Teoria Crítica feminista, passando pelo feminismo pós-estruturalista, até os feminismos negros que nunca foram tão eloquentes. Propomos, por fim, a escuta como condição basilar para quem pretende se autodenominar parte do projeto das teóricas críticas.

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Biografia do Autor

Adelia Miglievich-Ribeiro, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitória, ES, Brasil.

Simone M. Brito, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil.

Doutora em Sociologia pela Lancaster University (LU), Grã-Bretanha. Professora Associada do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, PB, Brasil.

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Publicado

2024-03-05

Como Citar

Miglievich-Ribeiro, A., & Brito, S. M. (2024). Caminhos da crítica: identidades, feminismos e projetos emancipatórios. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e45549. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.45549

Edição

Seção

Caminhos da crítica: identidades, feminismos e projeto emancipatório